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Internacional
Terça - 21 de Março de 2006 às 21:29

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A Justiça espanhola processou hoje 33 supostos terroristas muçulmanos, em sua maioria detidos em outubro de 2004, que planejaram um atentado suicida com um caminhão carregado de explosivos contra um tribunal em Madri.

Nos autos, o juiz Fernando Grande-Marlaska determina que sejam processados por participação em organização terrorista de natureza "jihadista", conspiração para atentado terrorista com resultado de morte, falsificação de moeda e falsificação de documento público.

O juiz afirma que o líder do grupo, Abderrahman Tahiri, conhecido como Mohammed Achraf, "tinha reunido os meios necessários para adquirir mil quilos de explosivo (Goma 2), dos quais utilizaria pelo menos 500 num caminhão que explodiria contra o Tribunal Nacional" espanhol.

"Com a explosão, pretendia matar as pessoas no interior do prédio (o juiz calcula 980, num dia normal de trabalho) e destruir os arquivos que comprometiam os ''irmãos mujahedins'', além do impacto que se conseguiria com o atentado a um órgão judicial emblemático", acrescenta.

Segundo o magistrado, Achraf, detido em agosto de 2003 na Suíça, que o extraditou à Espanha em abril de 2005, tinha encarregado o mauritano Kamara Birahima Diadiea da aquisição dos explosivos. A missão teria sido transmitida por um cidadão de etnia cigana, chamado Antonio e não identificado por enquanto.

Além disso, acrescenta, "haviam iniciado os contatos para que um cidadão palestino - de quem só se sabe que se chama ''Salim'' e aparentemente vive na Alemanha - se encarregasse de preparar o mecanismo para explodir o caminhão-bomba".

A ação seria financiada com dinheiro enviado da Suíça por Achraf, que disse que não importava o custo, mas que devia ser promovida "com urgência", e que "tinha decidido ser um dos mártires" ao lado de outros oito processados que tinham manifestado "sua vontade de imolar-se como mujahedins no atentado".

A resolução explica que o grupo agora processado, de tendência radical salafista e chamado "Mártires pelo Marrocos", foi formado entre o fim de 2001 e o início de 2002, sob a coordenação de Achraf, com a intenção de pôr em prática na Espanha a Jihad (guerra santa) mediante ações violentas.

Outros objetivos terroristas eram duas estações ferroviárias, um arranha-céu, a sede do Partido Popular e o estádio Santiago Bernabéu.

Na cela de um interno, Abdelkrim Bensmail, a Polícia encontrou uma fórmula para fabricar explosivos. Bensmail cumpria pena por participação no Grupo Islâmico Armado (GIA) argelino.

Após sair da prisão e antes de ir para a Suíça, Achraf teria conseguido em 2004 estruturar outro grupo na Espanha, aproveitando a existência de estruturas anteriores vinculadas ao GIA.

Os membros da célula, segundo o juiz, "estavam preparados para a prática da Jihad em qualquer país, inclusive a Espanha, conforme as ordens que recebessem do emir" Achraf e de seu braço direito, Djilali Mazari.

Grande-Marlaska afirma que os processados integravam "uma estrutura organizativa básica, mas disposta desde seu início - graças à preparação psicológica e religiosa do emir Achraf - a cometer as ações mais atrozes, incluídas as missões suicidas contra pessoas e bens".





Fonte: EFE

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