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Quinta - 17 de Janeiro de 2013 às 14:26
Por: Jardel P. Arruda

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Se fazem um perfil diferente no dia a dia, Leonardo de Oliveira e Júlio Pinheiro (ambos do PTB), vereadores que lançaram os nomes a disposição do prefeito Mauro Mendes (PSB) para serem os representantes do Executivo Municipal dentro da Câmara de Vereadores de Cuiabá, os dois adotaram um discurso muito semelhante quando questionados sobre esse assunto: Deixar à vontade.

É assim que os dois principais concorrentes à função de líder do prefeito na Câmara querem deixar, ou ao menos dizem querer deixar, Mauro Mendes, para escolher quem ocupará este “posto”. A similaridade nos discursos chega a fazer parecer que um vereador completa a frase iniciado pelo outro.

“Eu coloquei para o prefeito que estou aí para ajudar. Mas temos bons nomes, então eu o deixei bem à vontade”, disse Júlio Pinheiro, em uma entrevista por telefone, na tarde de quarta-feira (16). “É uma questão pessoal dele (Mauro Mendes) e ele está bem à vontade para decidir”, falou Leonardo de Oliveira, em entrevista após as eleições a Mesa Diretora da Câmara de Vereadores, no dia primeiro de janeiro.

Apesar da diferença de 15 dias entre uma entrevista e outra, é notável os dois medem cada passo e medem palavras para não se prejudicarem na disputa pelo status de braço direito do prefeito. Os dois até mesmo relutam em dizer abertamente que postulam pelo cargo, deixando esse “serviço” para outros colegas, como em uma guerra fria onde vence quem errar menos.

“Na minha opinião existem dois nomes com pretensões de serem escolhidos líder do prefeito. Um é o Leonardo de Oliveira, que transita bem entre os grupos políticos dentro da Câmara. O outro é o Júlio Pinheiro, que possui muita experiência”, analisou o vereador Mario Nadaf (PV), um dos que abrem o jogo sobre a disputa para ser líder do prefeito.

Partidos iguais, estilos diferentes

Leonardo de Oliveira e Júlio Pinheiro são do mesmo partido, pretendem ocupar a mesma função, mas as semelhanças parar por aí.

Experiente, Júlio acumula cargo de vereador desde 2005. Nesse tempo se tornou conhecido por como “durão”. Vereador que compra as brigas necessárias para defender os interesses do partido. No biênio passado foi presidente da Câmara dos Vereadores e atuou com mão de ferro, tendo ficado famoso por ter comandado aprovações às pressas de alguns projetos de leis de interesse da Prefeitura. Sem dar chance para a oposição sequer se articular.

No caso da disputa para ser líder do prefeito, ele tem sido mais modera. Após uma risadinha de quem sabe, mas não vai falar, o ex-presidente da Câmara disse, por telefone, já ter posto o nome a disposição e querer trabalhar por Mauro Mendes. "Vou estar na base", assegurou. Por outro lado, despitou quanto a liderança. "Estou meio afastando. Estou me organizando para começar a nova legislatura".

Mas nem só a atuação dentro da Câmara faz a fama de Júlio. Enquanto era presidente da Mesa Diretora ele se envolveu em problemas conjugais, segundo ele mesmo, motivados por excesso de bebida. Júlio Pinheiro acabou sendo manchete por ter agredido a esposa.

Já Leonardo Oliveira ocupa o cargo de vereador, como titular da vaga, pela primeira vez. Chegou a atuar como vereador por 121 em 2012, quando foi beneficiado por licenças de outros vereadores. Na época ainda era filiado ao PSDB, partido pelo qual o falecido tio Dante de Oliveira conseguiu maior projeção. Mais tarde trocou os tucanos pelo PTB, fato que gerou várias especulações de briga com os familiares também filiados ao partido, como a viúva Thelma de Oliveira.

Articulado, Leonardo recém assumiu como vereador e é apontado como um dos parlamentares com melhor trânsito tanto entre a bancada governista quanto com a oposição. O próprio presidente da Câmara dos Vereadores, João Emanuel (PSD), símbolo da oposição ao prefeito, já rendeu elogiou ao sobrinho de Dante. “Ele circula entre todo mundo”, disse o peessedista na segunda semana de janeiro.

Um exemplo dessa disposição em circlar em todos os meios foi uma fala de Leonardo quando o clima entre governo e oposição ainda estava fervendo, logo após a vitória do opositor João Emanuel (PSD) à Mesa Diretora da Câmara, em detrimento do candidato apoiado por Mauro Mendes. "Cuiabá precisa de união. Não importa como, se for líder do governo ou não, eu vou fazer esse trabalho de manter os vereadores unidos", disse.

Na teoria, o prefeito tem até o dia 2 de fevereiro, quando voltam as sessões da Cãmara, para escolher, mas na prática é comum que o nome seja selecionado antes. Talvez o prefeito já possua alguma preferência mas prefira esperar o desenrolar das articulações políticas até uma data mais próxima do retorno das sessões da Câmara de Vereadores.






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