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Internacional
Terça - 21 de Março de 2006 às 10:12
Por: Simon Cameron-Moore

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O Paquistão transformou-se na terça-feira no mais recente país a confirmar casos da gripe aviária entre animais.

No mesmo dia, o Egito disse ter encontrado uma mulher com suspeita de contaminação pela doença, o terceiro caso a surgir no país em menos de uma semana.

A gripe aviária disseminou-se de forma alarmante nas últimas semanas, atingindo países da África, da Europa e da Ásia. Os EUA dizem ser provável que a doença chegue a seu território antes do final do ano.

Aumentam os temores de que o vírus da gripe aviária, o H5N1, adquira, por meio de mutações, a capacidade de passar facilmente de uma pessoa para outra. Mas, por enquanto, a doença continua sendo de difícil contágio para os seres humanos.

Os três casos de contaminação de pessoas no Egito apareceram em Qaloubiyah, cerca de 40 quilômetros ao norte do Cairo. Um homem conseguiu recuperar-se depois de receber o remédio Tamiflu. Mas uma mulher morreu na sexta-feira apesar de também ter tomado o medicamento.

No começo deste mês, essa mulher manuseou aves contaminadas e matou algumas delas, disse o ministro da Saúde do Egito, Hatem el-Gabali, segundo meios de comunicação do país.

O Paquistão afirmou que o H5N1 foi encontrado em dois bandos de aves no final do ano passado.

Mas o ministro Muhammad Afzal, da pasta de Animais de Criação, disse que nenhum outro caso da doença apareceu desde o relato sobre aquele surto, em 27 de fevereiro. E nenhuma pessoa do país parece ter sido atingida pela doença.

"Realizamos testes com as pessoas que trabalhavam nas duas fazendas, e elas estão saudáveis. Não há sinal de que a gripe aviária tenha atingido alguma delas. Já sacrificamos todas as galinhas e não há muito mais que possamos fazer", disse à Reuters.

A Índia afirmou que, segundo exames, todas as quatro pessoas colocadas de quarentena no país devido à suspeita de estarem com a doença não tinham sido atingidas pelo H5N1.

A Malásia registrou mais dois casos da gripe aviária na terça-feira depois de realizar exames com galinhas do Estado de Perak (região central).

A Autoridade Palestina declarou estado de emergência nesta terça-feira com o objetivo de prevenir a disseminação do perigoso vírus H5N1 da gripe aviária, que chegou a Israel na semana passada.

FALTA DE FUNDOS

A gripe aviária matou cerca de cem pessoas desde 2003, e a quase totalidade dos doentes entrou em contato com aves contaminadas.

Em Genebra, um porta-voz da Organização Mundial da Saúde (OMS) disse esperar que o Azerbaijão confirme, na terça-feira, que três mulheres mortas no país no mês passado possuíam a gripe aviária. Um laboratório independente da Grã-Bretanha realizava exames com amostras de material retirado das três.

Segundo especialistas da área de saúde, quanto mais o vírus disseminar-se pelas aves, maiores as chances de contaminação entre os seres humanos. Mas a batalha contra o vírus exige a disponibilidade de fundos e de equipamentos, algo em falta nos países mais pobres.

David Nabarro, coordenador do combate à gripe aviária junto à Organização das Nações Unidas (ONU), disse que a ajuda prometida para os países pobres não havia se materializado.

Em uma conferência realizada em janeiro, na China, os doadores prometeram 1,9 bilhão de dólares para ajudar os países em desenvolvimento a enfrentar a ameaça.

Uma importante autoridade da ONU afirmou na terça-feira que Mianmar lutava para conter um surto da doença e que precisava de ajuda internacional a fim de erradicar a gripe aviária antes de ela atingir países vizinhos.

Apesar do sacrifício de milhares de aves e dos postos de controle criados por Mianmar para impedir a movimentação de aves, a doença parece ter se espalhado para além de uma zona de controle de 3 quilômetros. (Reportagem adicional de Mohammed Abbas, no Cairo, Darren Schuettler, em Bangcoc, Krittivas Mukherjee, em Mubai, Mark Bendeich, em Kuala Lumpur, e Antoine Lawson, em Libreville)





Fonte: Reuters

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