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Tecnologia
Terça - 21 de Março de 2006 às 06:48

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Os médicos declararam a morte cerebral de Ethan Myers depois que um acidente de carro causou sério ferimento craniano ao menino de nove anos, em 2002. Quando ele miraculosamente despertou depois de um mês em coma, os médicos declararam que jamais conseguiria comer, andar ou falar sem ajuda.

No entanto, em parte graças a um sistema de videogames, Myers conseguiu recuperar o atraso com relação a seus colegas na escola e até mesmo fazer um discurso diante de um grande grupo de alunos.

"Estou fazendo exatamente as mesmas coisas que eles. Tenho feito novos amigos e toda espécie de coisa", disse Myers, que teve de aprender a andar de novo e estava lendo em nível de segunda série quando sua terapia por videogame começou, em março de 2004.

"Não conseguia me lembrar onde colocava minhas coisas, e agora consigo. Lembro-me das aulas na escola e dos nomes das pessoas", disse ele em entrevista telefônica da casa de sua família no Colorado.

Mais fundamentalmente, Myers agora consegue abrir completamente a sua mão direita, que estava paralisada e atrofiada em posição fechada. Seu irmão e irmã, que estavam com ele no carro durante o acidente e sofreram danos cerebrais leves, também registram melhora em suas memórias e outras funções.

Ethan e seus pais atribuem o progresso mais recente ao treinamento de feedback neurológico com o sistema CyberLearning Technology, que já foi usado muitas vezes em jogos de corrida de carros.

"No último ano, recuperamos o Ethan de antes do acidente", disse Howard Myers, pai do menino.

O feedback neurológico é uma forma de condicionamento que recompensa as pessoas pela produção de ondas cerebrais específicas, como aquelas que aparecem quando a pessoa está relaxada ou prestando atenção.

Embora essa forma de tratamento exista há décadas, a incorporação dos videogames marca uma nova fronteira que aproveita o fascínio dos jovens com a animação e eletrônica para melhorar tratamentos médicos muitas vezes assustadores, prolongados e tediosos.

Um jovem paciente de leucemia inspirou "Ben's Game", que permite que o usuário lute contra as células cancerosas que invadem seu corpo. Uma ilha privada chamada Brigadoon no mundo virtual "Second Life", da Linden Lab, está aberta apenas aos pacientes de autismo e síndrome de Asperger.

As escolas públicas da Virgínia Ocidental (EUA) estão combatendo a obesidade com o videogame de dança "Dance Dance Revolution", e a Nintendo, se saiu muito bem com o "Brain Age", jogo de exercícios mentais.

TECNOLOGIA DA NASA

O sistema CyberLearning da SMART BrainGames, que Myers ainda usa, tem como objetivo tratar os sintomas que surgem após danos no cérebro, desordem de falta de concentração por hiperatividade e outros problemas de aprendizado.

Com preço de 584 dólares, o sistema foi construído com tecnologia da agência espacial norte-americana (Nasa) para treinamento de pilotos, que se mantêm alertas durante longos vôos e calmos em emergências. O sistema é compatível com os consoles PlayStation 1 e 2 da Sony, bem como com o Xbox da Microsoft.

Os jogadores usam um capacete com sensores embutidos que medem as ondas cerebrais. Os dados são enviados a um sistema de neuro-feedback que afeta o controlador.

Os videogames de corridas de carros funcionam melhor com o sistema. Quando as ondas cerebrais do paciente não estão sintonizadas corretamente por ele, o controlador torna mais difícil acelerar e virar o carro, afirmaram médicos.

As famílias normalmente pagam entre US$ 2 mil a US$ 2,5 mil por um programa supervisionado de seis meses com profissionais da SMART BrainGames.





Fonte: Reuters

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