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Politica Brasil
Segunda - 20 de Março de 2006 às 08:23
Por: Patrícia Neves

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O tenente da Polícia Militar, Dennis Marcelo de Souza Coutinho, será julgado pelo assassinato de Nilson Pedro da Silva, 15, 5 anos após o crime.

A morte do adolescente foi filmada pela equipe da Rede Record que acompanhava o trabalho da Polícia Militar, em Rondonópolis (218 km de Cuiabá).

O Tribunal do Júri está marcado para o dia 6 de abril de 2006, a partir das 8h30, na Câmara Municipal. A sessão será presidida pelo juiz João Alberto Menna Barreto Duarte, da 1ª Vara Criminal de Rondonópolis. O crime aconteceu no dia 30 de março de 2001.

Sem portar arma alguma, mas por não obedecer a uma determinação de parar durante uma abordagem, o rapaz foi atingido com dois tiros - um na cabeça e outra nas costas. Nilson foi abordado por uma equipe do Grupo de Operações Especiais da Polícia Militar que investigava o roubo de uma residência e morreu gratuitamente já que o único crime que cometeu foi o de correr dos policiais.

O caso causou comoção aos moradores. As cenas da perseguição e morte do rapaz foram divulgadas pelo Brasil inteiro. O crime contra Nilson gerou a ida de um representante da Comissão de Direitos Humanos do Ministério da Justiça, Percílio Souza Lima, até a cidade para acompanhar o caso.

A fita gravada pela rede de televisão foi fundamental para que o caso fosse esclarecido.

O garoto de 15 anos não tinha antecedentes criminais.

O soldado Evandro César Rodrigues (condenado a 14 anos e 8 meses de prisão pelo crime e também exonerado do cargo) ajudou a forjar um boletim de ocorrência informando que o rapaz estava armado e teria reagido a abordagem.

Ele e o tenente Dennis também foram denunciados por crime de falsidade ideológica por terem mentido no Boletim de Ocorrência sobre o caso.

No documento o tenente Dennis relatou que havia sido vítima de uma tentativa de assassinato. Ele se feriu durante a perseguição. Atirou contra o próprio braço, conforme o delegado municipal de Rondonópolis, Henrique Meneguello, que apurou o caso.

Data - O julgamento foi marcado depois da defesa de Dennis perder diversos recursos em que solicitava o desaforamento (transferência) do processo para Cuiabá. O advogado do tenente, Kleber Fabian Ramos, argumentou no último pedido (feito em agosto de 2005) que não havia segurança no prédio em que a sessão do júri seria realizada e que os jurados poderiam se envolver com os relatos devido a notoriedade que o caso ganhou na mídia. No pedido frisou ainda que a cidade não possuía local específico para o júri o que acarretaria possíveis transtornos no decorrer da audiência. A Justiça não aceitou o pedido alegando que o julgamento de Evandro, em outubro de 2004, transcorreu sem qualquer agitação.

Para o julgamento do tenente Dênnis pelo menos 30 policiais militares serão envolvidos no esquema de segurança.





Fonte: A Gazeta

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