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Cidades/Geral
Segunda - 20 de Março de 2006 às 07:03
Por: Patrícia Neves

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Barão de Melgaço, Cuiabá, Várzea Grande, Santo Antônio do Leverger e Rosário Oeste estão em alerta, porque podem sofrer uma enchente a qualquer momento, a não ser que pare de chover, contrariando a previsão do tempo. Uma das comportas da Usina de Manso teve de ser aberta na manhã de ontem para evitar que o lago transbordasse, o que geraria o rompimento da barragem e, consequentemente, a inundação de várias cidades.

A informação é de que o excesso de chuvas e a paralisação de máquinas na linha Manso/Nobres forçaram a abertura gradativa do vertedouro - espécie de passagem de água.

Por medida de segurança autoridades foram acionadas.

O aumento do fluxo de água nos rios que banham as cidades em alerta levou a Defesa Civil, Corpo de Bombeiros, Polícia Militar e Secretaria de Meio Ambiente (Sema) a colocar em prática um plano para evitar que a tragédia ocorrida em 2001, quando 11 pessoas morreram por causa das chuvas, aconteça novamente.

O excesso de chuvas fez com que os afluentes do rio Cuiabá enchessem o que gera o aumento do fluxo que vai para o lago.

Na tarde de ontem 2,55 metros da lâmina do vertedouro haviam sido abertos, o que representa que 600 metros cúbicos de água por minuto estavam sendo jogados para o rio Cuiabá. O normal fica entre 350 e 400 metros cúbicos. O limite tolerado da vazante é de 750 e seria alcançado por volta das 21h de ontem.

Em 10 horas de vazante o nível do rio Cuiabá subiu 13 centímetros em Rosário Oeste, o que é muito, de acordo com o coordenador da Defesa Civil em Cuiabá, Oscar Amelito Santos.

Centenas de famílias vivem em áreas de risco - às margens dos rios Cuiabá e Paraguai. A equipe de trabalho chegou a cogitar a retirada delas, porque havia estimativa de que em 12 horas a água começasse a invadir as primeiras casas em Cuiabá e Várzea Grande, o que não se confirmou a princípio. Em 72 horas a previsão era a de que água chegaria a Barão de Melgaço, um dos municípios que mais seria atingido porque fica em uma região mais baixa que os demais.

Veículos de comunicação estão sendo usados para que a população seja avisada do perigo de permanecer nas áreas de risco.

Em Cuiabá e Várzea Grande pelo menos 3,2 mil famílias devem ter que sair de suas casas. Bairros como Praerinho, Despraiado, São Mateus são os mais preocupantes na Capital e, em Várzea Grande, áreas rurais como Souza Lima e Bonsucesso e também o bairro Alameda.

O Estádio Verdão e o estacionamento dele devem concentrar famílias que tiverem de ser desalojadas em Cuiabá. Na tarde de ontem 300 cestas básicas já tinham sido disponibilizadas para que fossem distribuídas. Nas cidades do interior prédios públicos irão concentrar os atendimentos.

Por volta das 16 horas, o prefeito de Cuiabá, Wilson Santos, e o secretário chefe da Casa Civil, Luiz Antônio Pagot, fizeram um sobrevôo no lago de Manso e constataram o risco.

No escritório de Furnas Centrais Elétricas, no Rio de Janeiro, não havia a confirmação da abertura do vertedouro. A reportagem ligou para assessoria de imprensa, mas ninguém atendeu.





Fonte: A Gazeta

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