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Internacional
Sábado - 18 de Março de 2006 às 11:05
Por: Saeed Komeijani

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O dissidente político de maior proeminência do Irã, Akbar Ganji, foi solto após seis anos de prisão por criticar algumas das figuras mais poderosas do país.

Ganji, que é jornalista, foi preso em 2000, após redigir artigos ligando autoridades aos assassinatos em série de dissidentes políticos em 1998.

Seus textos enfocavam particularmente o poderoso clérigo Akbar Hashemi Rafsanjani, presidente do Irã de 1989 a 1997.

Um animado, porém magro e barbudo, Ganji deu boas-vindas a repórteres em seu apartamento em Teerã. Ele falou de trivialidades e evitou política.

"Obrigado por virem", disse, sorrindo. "Desculpem-me por ser um apartamento tão pequeno."

O advogado Youssef Mowlaie disse à Reuters que Ganji havia sido solto na sexta-feira à noite. Ele previu uma disputa legal sobre a possibilidade de Ganji voltar à temida prisão Evin em Teerã por mais alguns dias.

Mowlaie disse acreditar que sentença de seu cliente terminava em 17 de março, mas uma autoridade jurídica discordava.

"No momento, ele está liberado, mas a sentença termina em 30 de março", declarou Mahmoud Salarkia, vice-promotor-geral de assuntos penitenciários, à agência de notícias do governo Irna.

Salarkia afirmou que Ganji teve permissão para voltar para casa por sete dias para celebrar o feriado do Ano Novo iraniano, que começa na segunda-feira à noite.

No entanto, a mulher de Ganji afirma que ele não voltará à prisão.

Ganji passou períodos em confinamento solitário e ficou gravemente doente em julho, enfraquecido por uma greve de fome para sua liberação da prisão.

O caso do repórter escandalizou os Estados Unidos e a União Européia.

Ganji nasceu em 1959 e foi um seguidor da Revolução Islâmica de 1979, além de ter servido na Guarda Revolucionária. Ele foi criticado por seu trabalho de propaganda e pela vigilância de atividades estudantis de iranianos na Turquia.

Mas suas convicções políticas mudaram profundamente e suas cartas da prisão quebraram dois grandes tabus iranianos, com a crítica ao sistema de poder dos clérigos e ataques ao líder aiatolá Ali Khamenei.

(Reportagem adicional de Alireza Ronaghi)




Fonte: Reuters

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