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Internacional
Sexta - 17 de Março de 2006 às 23:33

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Enquanto os exércitos dos EUA no Iraque chegam ao segundo dia da "Operação Enxame", as pesquisas indicam que os americanos estão cansados da guerra e que a maioria diz que o conflito afetou suas vidas de forma negativa.

O ataque aéreo que começou ontem nas proximidades de Samarra, cerca de 125 quilômetros ao norte de Bagdá -em uma área de 16 quilômetros quadrados-, alcançou hoje seus primeiros resultados com a prisão inicial, "sem resistência", de 40 suspeitos de participação da insurgência, dez dos quais foram libertados depois.

A "Operação Enxame", o maior ataque aérea realizado por forças conjuntas iraquianas e americanas contra grupos insurgentes desde a invasão do Iraque, também levou à localização de seis arsenais que continham armas brancas, bombas e explosivos, além de roupas militares.

Segundo as fontes, também foram encontrados documentos ligados aos grupos rebeldes.

O tenente-coronel Edward Loomis, porta-voz da Divisão Aérea número 101 do Exército americano, disse que "foi alcançado um fator surpresa", algo necessário neste tipo de operação.

Loomis afirmou que os soldados continuam atuando hoje.

Já o tenente-general Peter Chiarelli, comandante das forças multinacionais no Iraque, afirmou que a operação é realizada "fundamentalmente" por forças iraquianas e que uma missão conjunta como esta "teria sido impossível há onze meses".

"Seriam basicamente forças americanas, mas neste caso todos vimos os números e temos fundamentalmente forças iraquianas apoiadas pelos norte-americanos e pela coalizão", declarou.

Ainda sob o impacto da "Operação Enxame", a guerra do Iraque chega aos seu terceiro ano no próximo domingo.

Por este motivo, a edição de hoje do jornal USA Today publica, como destaque, uma pesquisa que deixa claro que seis em cada dez americanos afirmam que o conflito teve um impacto "negativo" sobre o país.

Além disso, o que mais chama a atenção na pesquisa, realizada entre sexta e domingo da última semana, é que 60% dos americanos acham que a guerra "não valeu a pena".

Esse resultado não surpreende quando seis em cada dez pessoas declaram na pesquisa, realizada pelo instituto Gallup e pela emissora CNN, que um amigo próximo, um parente ou um companheiro de trabalho lutou no Iraque.

Além disso, mais de um em cada dez revelam que alguém próximo morreu ou foi ferido no conflito.

Estes dados chamam ainda mais a atenção quando se considera que, em março de 2003, 85% dos norte-americanos afirmavam que a guerra "ia bem" e que agora 60% dizem o contrário.

Apesar das opiniões "pessimistas" sobre o conflito no Iraque, dois terços dos americanos dizem que estão certos de que o Iraque está "melhor do que antes" agora.

A "Operação Enxame" teve a participação de 1.550 soldados -850 iraquianos e 700 americanos-, e de 50 veículos militares.

O objetivo da ação é acabar com os grupos insurgentes que atuam nas proximidades de Samarra, região onde rebeldes sunitas agem com freqüência.

Samarra, localizada no sudoeste da província de Salah El Din, foi cenário em 22 de fevereiro de um atentado contra um santuário xiita, um dos quatro mais importantes para esta comunidade no Iraque.

A explosão, que destruiu a cúpula dourada do templo do imame Ali Al Mahdi, foi seguida por uma onda de violência sectária, que deixou dezenas de mortos, na maioria sunitas.

A província de Salahedin, onde acontece o ataque, faz parte do chamado "triângulo sunita", onde os insurgentes agiram muito após a invasão americana.





Fonte: EFE

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