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Internacional
Sexta - 17 de Março de 2006 às 11:25

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Não se sabe ainda, em Belgrado, se a viúva e o filho do ex-presidente sérvio e iugoslavo Slobodan Milosevic, Mirjana Markovic e Marko Milosevic, viajarão à Sérvia para participar amanhã do enterro em Pozarevac, a cidade natal do ex-líder. A cerimônia central de despedida acontecerá às 13h30 (10h30 de Brasília) em Belgrado, e depois o caixão será levado a Pozaverac, 70 quilômetros ao sudeste da capital. "Esperamos a presença de Mirjana (Markovic) e Marko (Milosevic), mas eles decidirão", disse Zoran Andjelkovic, secretário-geral do Partido Socialista da Sérvia (SPS), fundado por Milosevic, que organiza o funeral.

A pedido dos advogados da viúva de Milosevic, para que esta possa assistir ao sepultamento, as autoridades judiciais sérvias retiraram na terça-feira passada a ordem de captura emitida há três anos contra ela ao não comparecer ao julgamento por suposto desvio de dinheiro público. No entanto, o tribunal ordenou que Markovic, que deixou o país em 2003 após o início do julgamento, deposite o passaporte quando chegar à Sérvia, para assim garantir que compareça à próxima reunião, que já foi marcada para o próximo dia 23.

Markovic e seu filho Marko Milosevic, que saiu da Sérvia um dia depois de seu pai perder o poder, em outubro de 2000, estariam vivendo na Rússia. Na terça-feira passada, Marko foi buscar o corpo do pai em Haia, onde Milosevic morreu por causa de um infarto no sábado passado, em sua cela da prisão do Tribunal Penal Internacional para a Ex-Iugoslávia (TPII), mas da Holanda voltou a Moscou. Também não se sabe se a filha de Milosevic, Marija, que vive em Montenegro, estará no funeral do pai.

Hoje chegaram a Belgrado Serguei Baburin, um dos vice-presidentes da Duma (câmara baixa do Parlamento russo), e Guenadi Ziuganov, líder do Partido Comunista russo, para assistir ao enterro. Ziuganov disse à imprensa no aeroporto de Belgrado que o TPII "desempenhou o papel de inquisidor, que matou o homem que defendia os interesses de seu país". O dirigente comunista disse que Milosevic não teve o tratamento médico adequado em Haia, sede da Corte que desde fevereiro de 2002 o julgava por responsabilidade nos crimes de guerra cometidos na Bósnia, Croácia e Kosovo.

Ziuganov disse estar em contato permanente com a família de Milosevic, e confirmou que o irmão do ex-presidente, Borislav Milosevic, operado há vários dias em Moscou por problemas cardíacos, não poderá estar no funeral. O líder comunista russo considerou que as autoridades sérvias não ofereceram "garantias suficientes" para que a viúva de Milosevic viaje à Sérvia.

Centenas de simpatizantes de Milosevic voltam a comparecer hoje ao Museu da Revolução, no bairro de Dedinje, onde o caixão com o corpo de Milosevic está exposto desde ontem, para prestar homenagem ao ex-presidente.





Fonte: EFE

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