Publicidade
Repórter News - www.reporternews.com.br
Polícia Brasil
Sexta - 17 de Março de 2006 às 08:41
Por: Patrícia Neves

    Imprimir


Nomes de delegados e de oficiais militares estão sendo usado para que criminosos apliquem golpes no interior do Estado.

Por meio de centrais telefônicas os presos ligam, a cobrar, para as delegacias do interior do Estado em nome de delegados.

Uma dessas vítimas foi o delegado Adriano Peralta, de Tangará da Serra, que só ontem atendeu a duas ligações de criminosos que diziam que era ele.

O golpe funciona da seguinte maneira: a ligação é feita para um delegacia do interior e o preso diz que é uma pessoa comum e que o delegado de outra unidade está com uma viatura quebrada na estrada e ali não pode fazer ligações.Como não pode fazer ligações pediu a ele que, gentilmente, lhe prestasse esse favor. Com boa conversa, o preso convence quem atendeu o telefone a comprar um cartão de celular e lhe passar o número para que este seja repassado à autoridade policial no meio da estrada sem acesso.

Adriano Peralta explicou que o seu nome foi usado pelo menos 20 vezes em golpes dessa maneira. Disse que até para casa de um subsecretário do município ligaram pedindo os créditos para os cartões. Ele frisou que há pelo menos três meses os criminosos estão agindo dessa maneira.

Na manhã de ontem, ao chegar na delegacia, Peralta teve uma surpresa. Criminosos ligaram a um mercado da cidade pedindo que entregassem botijões de gás em nome dele que iria pagar a conta lá.

Outro caso citado por ele é de um delegado de Polícia que teve o nome usado para compra de um carro.

O caso já foi denunciado ao serviço de investigação da Polícia Civil que descobriu que são detentos de fora do Estado os responsáveis pelo golpe.

O que a polícia tenta fazer agora é localizar as centrais telefônicas que os presos usam.

Boa parte dos presídios do Brasil não possuem bloqueador de celulares devido ao alto custo. Para cada operadora seria necessário um bloqueador. Em Mato Grosso, por exemplo, nenhum foi comprado porque se optou por usar tecnologias que barrassem a entrada de aparelhos celulares nas unidades prisionais.

Em Cuiabá, a polícia já descobriu que um assalto a uma agência bancária da Caixa Econômica Federal (CEF) no ano passado e um plano de resgate de presos da delegacia de Poconé (109 km de Cuiabá) foram promovidos de dentro das unidades penitenciárias de Cuiabá. O mentor do plano era um traficante preso em Bangu I, no Rio de Janeiro.

O grupo pode ser o mesmo que extorquiu dezenas de pessoas no ano passado, principalmente moradores do interior do Estado.

Usando celulares os detentos telefonavam para pessoas e informavam que sequestrariam parentes de quem atendesse o telefone. Com muita conversa conseguiam fazer com que depositassem dinheiro em contas correntes para evitar que o crime fosse cometido.

Investiga-se que os mesmos criminosos estejam nessa nova modalidade de golpe.





Fonte: A Gazeta

Comentários

Deixe seu Comentário

URL Fonte: https://www.reporternews.com.br/noticia/312072/visualizar/