Maggi só aceita Arcanjo 20 dias

O governador Blairo Maggi disse que o Estado só tem condições de manter, por no máximo 20 dias, os policiais do Batalhão de Operações Especiais (Bope) na ala federal do presídio Pascoal Ramos, onde está preso desde sábado João Arcanjo Ribeiro, condenado a 49 anos de reclusão por lavagem de dinheiro e comando de organização criminosa.

Maggi espera que até o próximo mês o "Comendador" já tenha sido transferido para outro Estado. Assim que for interrogado nos 16 processos em andamento, entre os quais oito sobre homicídios. Há possibilidade de Arcanjo passar a cumprir pena em Brasília.

O governador explica que os homens do Batalhão que instalaram uma espécie de uma base no presídio não podem ficar longo tempo reforçando a segurança do ex-policial civil porque senão deixam de atender aos constantes chamados para resolver conflitos em todo território mato-grossense. "O Estado já declarou para o Ministério da Justiça que nós não temos condições de manter o Arcanjo aqui. Vamos mantê-lo por algum tempo, de 15 a 20 dias no máximo, até ele responder à Justiça mato-grossense e participar das oitivas", destacou o governador, no sábado à noite, em Rondonópolis.

Maggi observa que, enquanto o Bope estiver concentrado na segurança de Arcanjo, não poderá se dedicar a outras ações. "Nosso Batalhão vai ficar lá dentro por um curto tempo. Mas, isso não pode se prolongar porque utilizamos esse pessoal para uma série de atividades não só em Cuiabá, mas no interior".

Para o governador, a sociedade mato-grossense não precisa ficar temerosa com risco de insegurança por causa da presença de Arcanjo. "Quem não tem problemas com a Justiça ou que não esteja envolvido em qualquer coisa que amanhã possa vir a responder, pode ficar tranqüilo porque, nesse caso, não tem nada a ver com isso. Mato Grosso continua andando, trabalhando e vai continuar. Arcanjo é problema da Justiça. A sociedade e o Executivo não têm nada a ver com isso".