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Meio Ambiente
Sábado - 11 de Março de 2006 às 07:10

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Os experimentos selecionados pela Agência Espacial Brasileira (AEB/MCT) para ir ao espaço passaram na segunda e última fase de testes, ocorridos na Rússia. O resultado significa a aprovação definitiva dos experimentos e conseqüente inclusão deles no vôo da Soyuz TMA-8 para a Estação Espacial Internacional (ISS).

Neste sábado, quando o astronauta brasileiro completa 43 anos, e domingo, Marcos Pontes receberá as instruções de como operar os experimentos na ISS. Este treinamento contará com a participação de dois especialistas da delegação brasileira que está na Rússia, um do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe/MCT) e outro do Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE/CTA).

Pontes embarca no dia 29 de março para a primeira viagem espacial científica do país, às 23h30, horário de Brasília. Confira os experimentos que viajarão na nave Soyuz:

» Efeito da gravidade na cinética das enzimas, do Centro Universitário da Faculdade de Engenharia Industrial (FEI) : adoçantes, refrigerantes e alimentos congelados são alguns dos produtos que podem ser beneficiados pela pesquisa. O estudo visa a compreender o fenômeno das reações enzimáticas no organismo do ponto de vista da cinética (velocidade e dinâmica na interação com as paredes das células) em ambiente "sem gravidade". Além da indústria alimentícia, a indústria farmacêutica se beneficia das pesquisas para adoçar xaropes para crianças. Futuramente, espera-se chegar a biorreatores o mais eficientes possível.

» Nuvens de interação protéica, do Centro de Pesquisas Renato Archer (CenPRA/MCT): a substância responsável pelo brilho dos vaga-lumes é a matéria-prima do experimento. Dentro de uma caixa escura, ondas acústicas induzirão o fenômeno da bioluminescência pela colisão de gotas d´agua cheias de enzimas. Todo o processo será filmado e reproduzido dentro de uma sala com visão 3-D para uso dos estudiosos e, provavelmente, do público. O resultado dessa análise possibilitará, entre outros benefícios, o aprimoramento de técnicas para a obtenção de medicamentos de ação mais rápida. Outra vantagem será a identificação de microorganismos causadores de doenças em reservatórios de abastecimento de água e até a busca de vida em outros planetas.

» Danos e reparos no DNA na microgravidade, da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ): a permanência de homens no espaço impõe a adaptação a uma série de condições diferentes das da Terra. Descobrir a influência da radiação sobre as atividades que ocorrem no interior das células na baixa gravidade, que utilizará como modelo bactérias sob radiação cósmica e ao UV-A. A pesquisa se concentrará nos efeitos sobre o DNA e sua capacidade de corrigir lesões no código genético a fim de verificar se ocorrem em proporções mais altas, baixas ou iguais que o ambiente terrestre. Para realizá-la, os microorganismos estarão dentro de um módulo e receberão radiação induzida por LEDs.

» Teste de evaporadores capilares em ambiente de Microgravidade, da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC): controlar a temperatura interna em um satélite é fundamental para o funcionamento dos circuitos eletrônicos. Um experimento com o objetivo de desenvolver e aperfeiçoar o conhecimento de controle térmico para satélites. O projeto contribui para o alcance da autonomia no setor, uma vez que os dispositivos utilizados para controlar a temperatura em satélites brasileiros são comprados em outros países, além de representar uma janela de oportunidade para as empresas brasileiras em um ramo de alta tecnologia.

» Minitubos de calor, da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) - Laboratório de Energia Solar e Núcleo de Controle Térmico para Satélites (Labsolar): também voltado à área de controle térmico, este projeto foca seu estudo no segmento dos minitubos de calor. A principal função deste instrumento é transportar o calor concentrado em alguma região mais quente para uma outra mais fria - normalmente um radiador - de forma a controlar a temperatura de uma superfície de interesse.

» Germinação de sementes em microgravidade, da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa): Sementes de Astronium fraxinifolium(gonçalo-alves), espécie arbórea do Cerrado, foram as escolhidas para serem utilizadas em um experimento para verificação do efeito da microgravidade sobre o processo germinativo. Este experimento ampliará o conhecimento sobre esta espécie nativa brasileira, o que auxiliará no aprimoramento de técnicas para a preservação ambiental e uso sustentável.

» Sementes de feijão e Cromatografia da Clorofila, da Secretaria de Educação de São José dos Campos (SP): Qual criança nunca colocou um feijão no algodão com água? Esta clássica experiência será reproduzida pelo astronauta Marcos Pontes no espaço ao mesmo tempo em que estudantes de todo o Brasil a farão na Terra. Além das sementes, extratos de folhas de couve compõem o outro experimento escolar que será conduzido na Estação Espacial Internacional (ISS), com o objetivo de estudar clorofila. Mais que o desejo de confirmar alguma tese científica, tais estudos trazem consigo a capacidade de despertar o interesse dos alunos pela pesquisa e de incentivar os professores a promover atividades de observação, apresentando a todos a magia da ciência, feita de investigação e descobertas.





Fonte: Terra

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