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Cidades/Geral
Sábado - 11 de Março de 2006 às 02:19
Por: Josmar Jozino

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São Paulo - Com cantoria, gritos e aplausos, 2.618 presas de três presídios paulistas comemoraram a fuga da traficante Sônia Aparecida Rossi, 45 anos, a Maria do Pó, e Cleonice Santos de Jesus, 28 anos, a Tatona. Ambas fugiram às 13h de quinta-feira da Penitenciária Sant´Ana, no Carandiru, zona norte da capital paulista.

Segundo a diretora-geral da unidade, Maria da Penha Risola Dias, uma sindicância administrativa foi aberta para apurar as circunstâncias da fuga. Ela disse que funcionários já estão sendo ouvidos e que têm prazo de 30 dias para concluir as investigações.

O secretário da Administração Penitenciária, Nagashi Furukawa, afirmou que houve no mínimo falha ou até mesmo conivência de funcionários. Maria do Pó é condenada a 54 anos e 8 meses por tráfico. Tatona tem o triplo da condenação: 171 anos e 10 meses, também pelos crimes de tráfico e homicídio.

Pelo telefone celular, J., uma detenta da Penitenciária Sant´Ana, contou que as 1.350 detentas vibraram como se o Brasil tivesse conquistado uma Copa do Mundo quando funcionárias sentiram a falta de Maria do Pó e Tatona. "Mas isso só aconteceu quatro horas depois da fuga. Elas já estavam longe", comentou feliz a presidiária.

Na Penitenciária Feminina da Capital, também no Carandiru, as 679 presas improvisaram um rap. Um trecho da música dizia "a casa caiu, a casa caiu", em referência ao possível afastamento da diretoria da unidade onde aconteceu a fuga. Também pelo telefone celular, a presa C., condenada a 6 anos por tráfico, disse que as detentas fizeram até batucada nas portas das celas quando souberam da fuga.

O clima de alegria também reinou na Penitenciária de Campinas. As 589 presas festejaram com batucadas e aplausos a fuga de Maria do Pó e Tatona. Na tarde de sexta-feira S., condenada por seqüestro, disse pelo celular que as comemorações e cantorias só pararam por volta das 22h de quinta-feira.

Maria do Pó e Tatona passaram por essas três unidades e eram muito respeitadas pelas detentas. A diretora Maria da Penha afirmou que as fugitivas se infiltraram em um grupo de 35 detentas que saíram para pintar as celas do pavilhão 3 e desapareceram . As duas traficantes passaram por pelo menos quatro portões.

Ontem representantes do Sindicato dos Funcionários do Sistema Prisional (Sifuspesp) realizaram um protesto em frente à Penitenciária Sant´Ana por melhores salários e condições de trabalho.





Fonte: Agência Estado

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