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Polícia Brasil
Sexta - 10 de Março de 2006 às 07:17
Por: Patrícia Neves

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A Delegacia Fazendária vai analisar nas próximas semanas toda a documentação apreendida em um escritório de advocacia de Cuiabá e também em duas residências da capital do Estado. O material foi recolhido por determinação da Justiça na manhã de quarta-feira (8). A Polícia Civil descobriu um esquema em que documentos eram falsificados para que liminares fossem concedidas liberando carros apreendidos pelo Departamento Estadual de Trânsito (Detran) que possuem pendências jurídicas.

A investigação que revelou o esquema já conta com seis volumes. São pelo menos 300 páginas que comprovam que um advogado, um agente prisional e um estudante do curso de Direito "trabalhavam" na montagem de falsas procurações que davam origens a petições em que liberações de carros com pendências jurídicas eram requeridos. O estudante prestou depoimento à Polícia Civil e confirmou que atuava no esquema.

Os três homens, que estão respondendo o processo em liberdade, foram indiciados por crimes de falsificação de documentos, estelionato e uso de documentação falsificada.

O esquema vem sendo investigado desde o ano de 2003. Por determinação da Corregedoria do Detran um inquérito foi instaurado para apurar os indícios de crime. A investigação comprovou que quatro advogados fizeram dezenas de pedidos em um curto espaço de tempo à Justiça. O caso então foi encaminhado à Delegacia Fazendária que na época estava instalada nas dependências do Detran. Com as investigações a Polícia Civil descobriu que os advogados estavam sendo vítimas, assim como o Detran e os juízes de varas fazendárias que concederam liminares, há pessoas que não tinham o menor conhecimento que pleiteavam a liberação de veículos.

O homem que hoje é advogado na época em que "montava" os documentos era um estagiário. Ele se apropriava dos nomes dos advogados para que as procurações e petições a juízes fossem falsificadas.

A Delegacia Fazendária possui hoje uma listagem em que constam 19 pedidos de liberações fraudadas o que não significa que todos os veículos tiveram a liberação autorizada, justamente porque se desconfiava da existência de um esquema para fraudes.

No decorrer da investigação mais pessoas poderão figurar como indiciadas.

Esquema - Proprietários de garagens que tiveram veículos apreendidos revendiam os veículos a terceiros sem que a transferência fosse oficializada porque o carro tinha pendências jurídicas. Como não localizavam o verdadeiro dono do carro, falsificavam os documentos para conseguirem a suspensão de multas e liberação do pátio. A delegada Alana Cardoso é a responsável pela análise da documentação apreendida. Os três indiciados podem ser condenados até quatro anos de prisão pelos crimes.





Fonte: A Gazeta

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