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Nacional
Quarta - 08 de Março de 2006 às 21:55

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O deputado Roberto Brant (PFL-MG) chegou sorridente e confiante hoje ao plenário da Câmara dos Deputados para a sessão que votará a sua cassação. Alegando inocência em seu discurso de defesa, Brant pediu a sua absolvição pelo plenário e foi aplaudido pelos deputados.

O deputado, acusado de ter recebido, sem prestação de contas, R$ 102 mil do empresário Marcos Valério de Souza - suposto operador do mensalão -, afirmou que não fez uso pessoal dos recursos. Brant disse ainda que não tem apreço pela riqueza nem ressentimentos contra os que o acusam.

Na defesa, o deputado afirma que os recursos foram uma doação da companhia siderúrgica Usiminas para sua campanha, em 2004, a à prefeitura de Berlo Horizonte. Brant disse que nunca se apropriou do dinheiro e que não pode ser julgado com a perda do mandato por um erro do seu partido, que não registrou os recursos que recebeu. "Dentro de mim nasceu um deserto e viverei com ele para sempre", disse.

No Conselho de Ética, etapa anterior à derradeira votação no plenário, a cassação de Brant foi aprovada por 8 votos a 7. A pequena diferença de votos levantou a suspeita de que houvesse um "acordão" para absolver o deputado.

O presidente da Câmara, Aldo Rebelo (PCdoB-SP), descartou, no entanto, qualquer possibilidade de "acordão" entre governo e oposição para livrar os parlamentares cassáveis.

Apesar disso, deputados de partidos como o PSDB, PT, PP e PTB indicaram que devem votar pela absolvição do deputado e articulam uma tentativa de adiar a próxima votação de hoje, que decidirá o futuro político do deputado Professor Luizinho (PT-SP). Eles pretendem esvaziar o plenário e impedir a votação por falta de quórum.

O relator da representação contra o deputado Roberto Brant (PFL-MG) no Conselho de Ética e Decoro Parlamentar, Nelson Trad (PMDB-MS), afirmou que o reconhecimento pelo próprio acusado de que a doação do dinheiro foi feita pela Usiminas para sua campanha reforça a tentativa de ocultar doação sem registro por meio da passagem pelas contas da SMPB, agência de Marcos Valério.

"É importante que o plenário atente para o fato de que, mesmo sendo a doação de origem privada, o recebimento desses recursos por meio da SMPB atesta a forma clandestina do pagamento", disse.

Para ser declarada a perda do mandato de Brant, o relatório que recomenda a cassação deve obter pelo menos 257 votos favoráveis. A votação será secreta e ocorrerá por meio de cédulas impressas.





Fonte: Terra

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