Reflexões práticas para o Dia Internacional da Mulher

Já faz algum tempo que a mulher conquistou definitivamente seu lugar como parte integrante do mercado de trabalho e, via de conseqüência , tornou-se imprescindível para a manutenção econômica dos lares brasileiros .

Em maior ou menor escala as mulheres tornaram-se importantes no orçamento doméstico e deixaram de exercer apenas as atividades caseiras, ao contrário, somaram seus labores para dentro e fora de casa, acumulando tarefas, conciliando trabalho, filhos, marido, casa, etc.

Entretanto , com a proximidade de uma data que nos faz lembrar mais especialmente da mulher e seus múltiplos papéis na sociedade do século XXI, repetir a importância da mulher e enumerar apenas a sua jornada dupla, tripla de trabalho, não parece ser o mais importante.

O que querem afinal as mulheres que são o maior número dentre os universitários, que elevou o nível de sua escolaridade, que abriu horizontes antes restritos aos homens, que não precisou mais, como fora outrora, se masculinizar no modo de exercer autoridade para fazer-se respeitada?

O que espera essa massa feminina, que forma a maioria de eleitores no país?

E o que as mulheres esperam das mulheres que estão em cargos de comando? Será mais ética política, mais ética profissional, mais sensibilidade no trato com os subordinados, mais firmeza quando necessário tomar decisões? Mais delicadeza para perceber as sutilezas das situações complicadas? Mais habilidade para contornar conflitos?

Será que tais qualidades não nos lembram os braços, vozes e atitudes de nossas mães, avós ou talvez bisavós, se transportados quando lá estavam elas para gerir o núcleo familiar?

Muitos se lembram das suas ancestrais como mulheres de fibra. Agora podemos somar a isso, o reconhecimento que talvez lhes tenha sido negado, que é a conquista definitiva que a mulher é sensível, forte, e, sobretudo, inteligente, como eram nossas antepassadas.

Será que as mulheres, que ainda tem uma longa e árdua luta contra o machismo, ainda dominante, antes dominadora, não espera mais das mulheres do que esperariam dos homens como comandantes?

Tem-se a impressão que ao homem bastaria ser forte, decidido e confiante, mas a mulher tem que ser isto e muito mais. A mulher tem que suprir as falhas milenares que os homens demonstraram no comando? Estamos prontas para o desafio ?

Além de comemorar, vale-nos questionar também. Porque se a carga é grande, a arrebatação da confiança de que a mulher é capaz de tudo isso é um desafio ainda maior.

Estamos prontas para a conquista da confiança de todos no exercício da profissão , e das funções públicas?

Só as mulheres dirão, afinal elas são mais exigentes consigo mesmas e com as outras mulheres do que com os homens.

Parabéns para nós mulheres pelo nosso dia!

Chica Nunes

Vereadora e presidente da Câmara Municipal de Cuiabá