Publicidade
Repórter News - www.reporternews.com.br
Internacional
Terça - 07 de Março de 2006 às 11:25
Por: Anna Willard

    Imprimir


Milhares de trabalhadores e jovens iniciaram uma série de passeatas na França, na terça-feira, contra um plano de emprego para jovens que fez cair a popularidade do primeiro-ministro francês, Dominique de Villepin.

Alguns funcionários do setor energético também realizaram paralisações em protesto contra a fusão, apoiada pelo governo, da estatal Gaz de France (GDF) com o grupo privado Suez, argumentando que a união significaria demissões e a perda do controle do governo sobre a GDF.

Milhares de estudantes juntaram-se a trabalhadores em uma manifestação na cidade portuária de Marselha (sul) para criticar o plano de emprego, baseado em um novo contrato de trabalho que, segundo afirmam, facilitará as demissões e não reduzirá o desemprego.

"Hoje, teremos uma confirmação clara de que esse contrato foi rejeitado pela maioria das pessoas", disse à rádio RTL Bernard Thibault, chefe do sindicato CGT. "O primeiro-ministro precisa adotar medidas (para retirar o plano da pauta), o mais rápido possível."

A polêmica em torno do plano de emprego para jovens atingiu a antes sólida popularidade de Villepin. Uma pesquisa de opinião divulgada na segunda-feira mostrou que o índice de aprovação do dirigente caiu sete pontos percentuais no último mês e chegou a seu patamar mais baixo desde a posse, em maio de 2005.

O novo contrato de trabalho, conhecido como CPE, permitiria às empresas contratar pessoas com menos de 26 anos por um período de experiência de dois anos antes de oferecer-lhes um emprego permanente.

Pessoas contrárias ao plano dizem que ele abriria as portas para a demissão de funcionários mais jovens, aumentando o sentimento de insegurança entre os trabalhadores. Esse sentimento é apontado como uma das causas dos distúrbios que atingiram a periferia de cidades francesas no ano passado.

Segundo Villepin, o CPE incentivará as empresas a contratarem pessoas jovens. O premiê fez da proposta a peça central do seu plano de combate ao desemprego, cuja taxa caiu para 9,6 por cento depois de chegar ao patamar mais alto dos últimos cinco anos em maio passado, com 10,2 por cento.

Os sindicatos estão indignados. "Gostaria de deixar bastante claro que não permitiremos que se escreva nas leis francesas que os trabalhadores podem ser demitidos em um estalar dos dedos", afirmou Thibault.

OPOSIÇÃO

A prestigiada Universidade Sorbonne, em Paris, foi fechada depois de 50 pessoas contrárias ao CPE terem tentado bloquear a entrada com cestos de lixo. Pregado em um dos cestos, um cartaz dizia: "Isso não é melhor do que nada, é pior do que tudo".

Os sindicatos disseram esperar que cerca de 500 mil pessoas participem dos protestos e das greves. O sistema de transporte público do país pode ser afetado.

Na cidade de Dunkirk (norte), o transporte público já foi paralisado. Em Calais, perto dali, algo entre 40 e 50 por cento dos ônibus e trens trafegavam normalmente.

Em Bordeaux (sudoeste), vários vôos foram cancelados. Os trens regionais que circulam por Paris continuavam funcionando normalmente.

A maior parte dos protestos deve começar ainda na terça-feira.

Ao meio-dia, o CGT disse que as greves convocadas pelos sindicatos em usinas de energia estavam tendo um impacto pequeno ou nulo sobre a produção.

(Com reportagem de Tim Hepher, Gerard Bon, Marguerita Choy, Claude Canellas em Bordeaux e Jean-Francois Rosnoblet em Marselha)





Fonte: Reuters

Comentários

Deixe seu Comentário

URL Fonte: https://www.reporternews.com.br/noticia/314534/visualizar/