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Internacional
Quinta - 02 de Março de 2006 às 11:30

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O ministro italiano da Justiça, Roberto Castelli, acusou hoje a Promotoria de Milão de exercer "pressões indevidas" nas investigações sobre o suposto seqüestro por parte da CIA do imame egípcio Abu Omar em Milão em 2003.

Castelli criticou assim a solicitação que lhe enviaram ontem os máximos responsáveis da Promotoria milanesa para pedir-lhe que tome uma decisão sobre a tramitação da ordem de extradição dos Estados Unidos de 22 agentes da CIA, que ainda não foi transferida à Interpol.

O ministro disse hoje que as "pressões" dos promotores são "totalmente indevidas" e ressaltou que estão em jogo "os interesses do Estado" italiano.

"A lei dá ao ministro da Justiça a faculdade de decidir levando em conta os interesses do Estado", disse Castelli, que insistiu que, como responsável de Justiça, deve "defender" suas "prerrogativas".

O promotor-adjunto de Milão Armando Spataro respondeu de imediato às acusações do ministro, insistindo que Castelli tem a "obrigação jurídica" de "informar à autoridade judicial que o solicite sobre suas decisões".

Na semana passada, Spataro discursou perante a comissão temporária do Parlamento Europeu sobre as atividades da CIA na UE e lamentou a demora de Castelli em tramitar o pedido internacional de detenção dos agentes americanos, acusados do seqüestro de Abu Omar.

Este imame de uma mesquita de Milão foi capturado em fevereiro de 2003 nessa cidade italiana e levado do aeroporto de Aviano à base de Ramstein (Alemanha) e posteriormente ao Cairo.

No Egito, onde tinha sido um líder da oposição islamita, foi preso e sofreu torturas, segundo o testemunho de sua esposa.

Os promotores de Milão reuniram uma série de provas, entre elas ligações telefônicas e pagamentos com cartões de crédito, que lhes permitiram acusar os 22 agentes dos serviços dos EUA.

O pedido da Promotoria a Castelli procura forçar a extradição à Itália dos agentes no caso de estes estarem fora da UE, já que se ainda permanecessem em território do bloco sua entrega estaria coberta pela ordem européia de detenção já emitida.





Fonte: EFE

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