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Politica Brasil
Quarta - 01 de Março de 2006 às 13:42

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Ribalta de deputados em busca de projeção, o Conselho de Ética agora traz mais problemas do que vantagens para seus integrantes. Às voltas com denúncias de que ali está sendo gestado um acórdão para salvar a pele de mensaleiros, o conselho se viu tomado por brigas de deputados que disputam o mesmo eleitorado e tentam colar no adversário o rótulo de patrono das absolvições. O confronto mais rumoroso se deu entre os paulistas Carlos Sampaio (PSDB) e Orlando Fantazzini (PSOL). Fantazzini denunciou um acórdão envolvendo PSDB, PFL, PP e PT. Depois, explicou que acreditava no envolvimento do PSDB, mas não no de Sampaio.

"A afirmação de que há acórdão gerou um prejuízo só sanado quando Fantazzini se explicou. Recebi uns 20 e-mails criticando minha postura. Mandei respostas e alguns pediram desculpas pela crítica precipitada", conta Sampaio. O tucano garante, porém, que não é a disputa de votos que está em jogo, mas apenas uma discordância sobre o processo do deputado Pedro Henry (PP-MT). Fantazzini, relator, pediu a cassação do mandato, mas Sampaio e outros oito conselheiros foram contra, derrubando o parecer do deputado do PSOL.

Relator do processo que levou à cassação do mandato do ex-deputado e ex-ministro José Dirceu (PT-SP), o deputado Júlio Delgado (PSB-MG) acredita que o trabalho do conselho pode causar dois efeitos na percepção do eleitorado. "No sentido de ter resgatado a credibilidade da Câmara, o conselho é um bom cabo eleitoral. Mas a opinião pública também vai ver os que vieram para participar de manobras protelatórias e acordos", diz Delgado. Ele é da mesma base eleitoral do pefelista Edmar Moreira, a cidade de Juiz de Fora e arredores. "Até determinado momento, votamos de maneira igual no conselho. Agora, temos tido posições diferentes. Depois vamos ver se fez diferença na opinião pública local", afirma Delgado.

Em fevereiro, o conselho enfrentou seu pior momento, com manobras como a que fez o deputado Jutahy Junior (PSDB-BA) ocupar o cargo de conselheiro por apenas uma hora, somente para votar contra a cassação do colega pefelista Roberto Brant (MG). Jutahy substituiu o deputado Gustavo Fruet (PSDB-PR), que votaria a favor da cassação. O artifício do PSDB foi criticado até por Carlos Sampaio, que na época estava fora do País. Brant foi condenado pelo apertado placar de 8 a 7.

A revolta com o acordo entre PSDB e PFL acirrou os ânimos e levou a discussões como a dos deputados Nelson Trad (PMDB-MS) e Benedito de Lira (PP-AL). O primeiro tem sido favorável às cassações. O segundo tem defendido a absolvição da maioria dos processados. "O PP não deveria manter no partido pessoas envolvidas nessa vergonha nacional", disse Trad em uma das sessões mais tensas do conselho, há duas semanas. "Alguém precisa controlar seus arroubos", reagiu Lira.





Fonte: Agência Estado

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