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Internacional
Terça - 28 de Fevereiro de 2006 às 19:25

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A ONU demonstrou hoje toda a sua preocupação com o aumento da venda de medicamentos ilegais e de drogas, como o ecstasy, pela internet.

Estas substâncias são distribuídas pelo correio, o que dificulta o controle da atividade.

"Essa situação não é nova, mas é inédita a dimensão tomada pelo fenômeno, em razão do uso de novas tecnologias", disse hoje o presidente da Junta Internacional de Fiscalização de Entorpecentes (Jife) da ONU, Hamid Ghodse, ao apresentar o relatório anual da entidade, no qual também falou dos cultivos alternativos.

Segundo Ghodse, "na era da internet" alguns medicamentos podem ser obtidos sem receita médica, o que pode representar um risco para a saúde.

Para ilustrar a situação, o relatório afirma que as apreensões têm registrado números sem precedentes, como a de 500 mil comprimidos de Diazepam na Tailândia, calmante que contêm codeína.

"O contrabando de drogas pelos correios é uma grande ameaça para a lei e aumentou muito em 2005", informa a Jife, que pede que a Polícia preste mais atenção aos crimes virtuais.

As drogas tradicionais, as sintéticas e determinados preparados farmacêuticos que requerem receita médica estão entre os produtos mais contrabandeados, especialmente o ecstasy (MDMA) e o ácido gama-hidroxibutírico (GHB), droga sintetizada há 40 anos como um anestésico, mas desprezada por seus efeitos secundários e que é considerada mais perigosa que o ecstasy.

A Jife também pediu à comunidade mundial que desenvolva e coloque em prática um conceito mais amplo do chamado "desenvolvimento alternativo", com o objetivo de aumentar a eficácia da luta contra as drogas ilegais e o narcotráfico.

"Chegou o momento de se perguntar se a concepção atual de desenvolvimento alternativo é adequada para enfrentar os novos desafios", diz a Junta. Além disso, a entidade oferece um panorama sobre a fabricação, o comércio e o consumo de drogas ilícitas em todo o planeta.

O documento recorda que o "desenvolvimento alternativo" foi introduzido nas estratégias de combate às drogas desde o final da década de 1960 em países como Tailândia e Turquia, e posteriormente nas nações andinas, como um plano para que os agricultores ligados à plantação ilegal de drogas abandonassem esse meio de vida cultivando outros produtos de forma legítima.

"Este é um conceito ligado ao desenvolvimento integrado aplicado nas áreas rurais dos países em desenvolvimento onde, sobretudo, a papoula e a coca são cultivadas", diz o documento.

Tal estratégia pode comemorar resultados consideráveis nas localidades onde as medidas de repressão foram acompanhadas de "um enfoque orientado ao desenvolvimento", que melhorou as condições de vida dos agricultores.

Segundo a Jife, projetos dessa natureza contribuíram para reduzir em 98% a superfície dedicada ao cultivo de ópio na Tailândia entre 1966 e 2000 -passando de 17.900 para 330 hectares-, e em 75 % na cidade de Laos entre 1998 e 2004.

Na Colômbia, as plantações ilegais de coca caíram mais da metade em quatro anos -indo de 163 mil para 80 mil hectares-, entre 2000 e 2004, e no Peru ela foi de 115 mil para 44 mil hectares entre 1995 e 2003.

Contudo, a JIFE reconhece que o sucesso da redução das áreas de cultivos ilegais se deve em parte ao desenvolvimento alternativo.

Por outro lado, o relatório diz que a evolução da situação revela que os problemas ainda não estão solucionados e que muitas vezes se traduziram no reaparecimento do fenômeno da droga em outras regiões ou aspectos.

Assim, enquanto as plantações de coca se estenderam para outras regiões, freqüentemente com alto índice de desemprego e pobreza, em outros países, como Tailândia, a redução do ópio disponível foi neutralizada por um "aumento brusco" do consumo de anfetaminas, traficadas pelas mesmas redes que antes comercializavam o ópio e a heroína.





Fonte: EFE

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