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Cidades/Geral
Quinta - 23 de Fevereiro de 2006 às 08:19
Por: Alecy Alves

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Depois de passar oito meses preso sob acusação de corrupção passiva e formação de quadrilha, o chefe da fiscalização do Ibama, Marcos Pinto Gomes, recuperou a liberdade no início da noite de ontem.

Preso durante a Operação Curupira I, em junho do ano passado, Gomes deixou o anexo I do Presídio do Pascoal Ramos (Polinter), vizinho à sede do Ibama, junto com o madereiro Bruno Roberto de Carvalho e o engenheiro florestal Dirceu Benvenuti, dono da empresa de reflorestamento Bio Flora, denunciados pelos mesmos crimes.

Ontem também foram soltos Wilson Antônio Rosseto, Moacyr Eloi Crocceta Batista e Daniel Tenório Cavalcante, que estavam presos na cadeia de Sinop (500 quilômetros de Cuiabá) desde a mesma data e pelos mesmos crimes.

Marcos Gomes é patrulheiro da Polícia Rodoviária Federal (PRF) e estava a disposição do Ibama, onde exercia cargo em comissão como chefe da fiscalização.

Antes de serem liberdades, os acusados recorrem as todas as instâncias da Justiça. Aqui, junto ao juiz Julier Sebastião da Silva, que decretou as prisões, tiveram recursos de habeas corpus negados, assim como no Tribunal Regional em Brasília (TRF), Superior Tribunal de Justiça (STJ) e Supremo Tribunal Federal (STF).

No STF, o advogado José Petan Toledo Pizza pediu a extensão aos seis acusados do Habeas Corpus concedido servidor público federal Jesuíno Vieira dos Santos, também preso durante a Operação Curupira e liberado meses atrás. O ministro Gilmar Mendes atendeu o requerimento.

Toledo Pizza argumentou que, a exemplo de outros acusados já postos em liberdade, não haveria mais necessidade do pressuposto da prisão preventiva sob o argumento de que os acusados não representariam perigo à ordem pública ou à aplicação da lei.

A Operação Curupira foi a maior já realizada pela Polícia Federal e Ministério Público Federal em Mato Grosso. Resultado de meses de investigações internas no Ibama, acabou em 200 pessoas. Entre os acusados, estavam o superintendente do órgão, Hugo Werle, e o chefe da fiscalização, acusado de envolvimento com a extração e transporte ilegal de madeira.

As investigações apontaram um esquema com várias frentes. Passava pelo pagamento de propina a fiscais nas barreiras, abertura de empresas fantasmas e falsificação de ATPFs (Autorizações para o Transporte de Produtos Florestais), segundo denunciou o Ministério Público. Ao deiar a cadeia ontem à tarde, nenhum deles quis conversar com os jornalistas.





Fonte: Diário de Cuiabá

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