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Meio Ambiente
Segunda - 20 de Fevereiro de 2006 às 13:41

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A Associação Americana para o Avanço da Ciência (AAAS, na sigla em inglês) pediu em sua reunião anual, no Missouri, que as comunidades religiosas do país ajudem a combater políticas que prejudiquem o ensino da teoria da evolução. Segundo a AAAS, o ensino do chamado "design inteligente", que vem crescendo no país, ameaça o conhecimento científico entre os alunos primários.

Os defensores da teoria do "design inteligente" argumentam que a vida na Terra é complexa demais para ter evoluído espontaneamente. Para eles, a vida é o resultado da ação de um "designer" na natureza. Já houve várias tentativas de grupos anti-evolucionismo nos Estados Unidos de tentar tornar o ensino da teoria do design inteligente obrigatório nas escolas.

"Tais tentativas veladas de promover a religião, na verdade, apenas um tipo de religião, nas salas de aulas são um desserviço aos estudantes, aos pais, aos professores e aos contribuintes", disse um comunicado assinado pelo presidente da AAAS, Gilbert Omenn.

"Chegou a hora de reconhecer que ciência e religião nunca deveriam ser colocadas uma contra a outra", diz o comunicado.

Estratégia No ano passado, um juiz federal deu ganho de causa a um grupo de pais em Dover, na Pensilvânia, que contestavam a decisão de administradores de escolas de incluir o ensino do design inteligente no currículo escolar. O juiz decidiu que isso violaria a Constituição, que estabelece uma separação clara entre religião e Estado.

Além disso, 14 Estados americanos estão considerando medidas que restringiriam o ensino da teoria da evolução, como um projeto no Missouri que determina que apenas a ciência que pode ser provada poderia ser ensinada nas escolas.

"A nova estratégia é ensinar o design inteligente sem chamar isso de design inteligente", disse à BBC Porém Mark Gihring, professor do Missouri simpático ao design inteligente, disse à BBC: "Acho que se olharmos para onde a evidência científica nos leva, ela nos leva em direção ao design inteligente". "O design inteligente no fim das contas nos leva de volta para o porquê de estarmos aqui e para a razão da vida... se um indivíduo não tem uma razão de ser, ele pode agir de uma maneira que no final das contas é destrutiva para a sociedade".

Entre os mais importantes defensores do design inteligente está o presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, que disse que as escolas deveriam deixar os estudantes conscientes do conceito. Mas Omenn advertiu que o ensino do design inteligente deixaria os estudantes sem uma educação apropriada, prejudicando no fim das contas a economia dos Estados Unidos.

"Numa época em que menos estudantes americanos estão escolhendo o caminho da ciência, os cientistas da geração do baby boom estão se aposentando e os cientistas estrangeiros estão voltando para trabalhar em seus países, os Estados Unidos não podem perder tempo e dinheiro do contribuinte debatendo os fatos da evolução", disse.





Fonte: BBC Brasil

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