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Tecnologia
Segunda - 20 de Fevereiro de 2006 às 09:47

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Agora, as mulheres que foram traídas por seus parceiros na Internet já têm como denunciá-los na própria rede. O endereço manhaters.com garante contar com o maior banco de classificados - ou melhor, desclassificados - de pretendentes masculinos.

"Não odiamos todos os homens, só os imbecis", justificam as criadoras do site, que coleta depoimentos sobre homens galinhas desde 2003. A página é pioneira em ajudar as mulheres a "não desperdiçarem seu tempo com homens que as enganam, abusam delas ou simplesmente são uns idiotas".

A idéia é que, em lugar de falar com a ex-mulher ou a ex-namorada do acusado, se consulte a base de dados para saber com que tipo de pessoa se está lidando antes de entregar o coração. O site dedica um espaço onde se podem descrever as experiências (negativas, no geral) com o amante, a quem se pode avaliar em aspectos como infidelidade, finanças, comportamento sexual ou o que se define como "potencial de compromisso", isto é, se é ou não alguém para namorar, algo de grande relevância neste submundo cibernético.

Contra-ataque

A Manhaters também oferece vários anúncios com conselhos sobre como sobreviver a um divórcio, ou maneiras de lidar com os mentirosos. O problema é que, enquanto a identidade das delatoras permanece no mais estrito anonimato, a deles se proclama aos quatro ventos. Algo similar ocorre na Datingpyschos.com, um endereço no qual também se pode criticar as mulheres claramente.

O site oferece perfis pessoais como o de Kent Lozano, um homem de 37 anos de Canoga Park (Califórnia) de quem se diz que "mente às mulheres para ganhar sua confiança e as utiliza para tirar seu dinheiro". Enquanto isso o unfaithfulpeople.com (ou "gente infiel") indica que em dois minutos, o tempo que se demora para consultar sua base de dados, "pode se evitar uma vida inteira de males do coração".

A página promete conter os perfis de cerca de 13,5 mil enganadores e inclui uma página de "infidelidades destacadas", entre elas as de um homem de 29 anos de San Diego, na Califórnia, acusado de mudar de mulher como de camisa. O TrueDater.com procura contrastar os dados publicados em sites de entrevistas online como Match.com, onde qualquer um pode inventar uma identidade melhor.

O assunto é que com a chegada de Internet e a avalanche de sites do tipo Match.com, as pessoas podem ser o que querem, "em lugar do que realmente são", assinala Tasha Joseph, criadora do Don't Date Him ("não saia com ele", disponível no endereço www.dontdatehimgirl.com) ao The New York Times. "Tu achas que o tipo é perfeito, mas no final é casado e tem cinco filhos", assinala Joseph, que decidiu criar esta web após escutar muitas histórias de horror da boca de suas conhecidas.

Mas sua página desencadeou a fúria de muitos homens, até o ponto de existir uma réplica (no endereço www.classaction-dontdatehimgirl.com) que procura empreender uma iniciativa legal contra ela e, por ora, recolhe testemunhos dos que se rebelam contra a publicação de dados que nunca foram verificados. Adivinhar as verdadeiras intenções de alguém no começo de uma aventura amorosa sempre foi difícil, como provam tantas novelas e filmes que se inspiram neste dilema tão humano.

Mas no já quase pré-histórico passado pré-internet, quando os encontros às cegas substituíam os serviços online, existia pelo menos um intermediário que podia dar referências sobre as duas partes. Quanto aos anúncios em periódicos e revistas, também não se podia mentir muito em um espaço tão limitado e, além disso, o seguinte passo era encontrar-se cara a cara, em lugar de manter conversas online durante meses e alimentar fantasias que em muitas ocasiões pouco têm a ver com a realidade.

Agora a rede oferece seu próprio remédio, embora para todos aqueles premiados cujas fotos e dados são publicados abertamente, claro que se mostra muito amargo.





Fonte: EFE

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