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Internacional
Quinta - 09 de Fevereiro de 2006 às 09:23

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Diplomatas dos EUA e da Grã-Bretanha participaram de negociações, nesta semana, a fim de discutir formas de promover a democracia no Irã em meio à acusação de que o governo iraniano está explorando a crise sobre suas ambições nucleares para alimentar a hostilidade em relação ao Ocidente.

As discussões, realizadas em Washington, envolveram Nicholas Burns, subsecretário norte-americano de Estado que coordena a política do país para o Irã, e diplomatas britânicos que trabalham ou trabalharam em Teerã, afirmaram à Reuters autoridades e diplomatas na quarta-feira.

As potências ocidentais temem que o Irã esteja tentando fabricar bombas atômicas. No domingo, a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) aprovou relatar o caso ao Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU). Este órgão pode eventualmente impor sanções ao país islâmico.

O governo iraniano insiste que deseja apenas produzir energia a partir de usinas nucleares.

Autoridades norte-americanas e britânicas estão se convencendo de que o Ocidente precisa criar laços com iranianos contrários ao governo do presidente Mahmoud Ahmadinejad, liderado por clérigos muçulmanos, e que estejam abertos à democracia.

"Obviamente, há um interesse cada vez maior dos dois lados para descobrir o que pode ser realizado efetivamente a fim de fortalecer a sociedade civil no Irã", afirmou um diplomata britânico.

Os EUA cortaram laços diplomáticos com o Irã depois da revolução de 1979, mas a Grã-Bretanha possui uma embaixada em Teerã a encoraja o desenvolvimento de uma sociedade civil no país por meio de atividades como assistência técnica e seminários.

As autoridades norte-americanas, que possuem 10 milhões de dólares para gastar neste ano com a promoção da democracia no Irã, estão interessadas em conhecer a experiência dos europeus e "saber como podem gastar com mais eficiência as verbas de que dispõem", disse um diplomata britânico.

PEÇA CENTRAL

O presidente dos EUA, George W. Bush, fez da disseminação de regimes democráticos, especialmente no Oriente Médio, uma peça central de sua política externa.

No discurso do Estado da União proferido na semana passada, o dirigente afirmou ter esperanças de que os EUA possam um dia "ser amigos próximos de um Irã livre e democrático", apesar de não ter citado então qualquer iniciativa concreta.

O governo Bush está dividido a respeito do quão energicamente deveria encorajar mudanças políticas no Irã. Mas, nas últimas semanas, tornou mais frequentes as aparições, em meios de comunicação que chegam ao Irã, de autoridades norte-americanas.

"Tem havido um esforço consciente para tentar falar diretamente ao povo iraniano e explicar o que está acontecendo" dentro da comunidade internacional com o Irã, disse uma importante autoridade dos EUA à Reuters. O governo iraniano costuma bloquear o sinal de programas vindo do exterior.

Dirigentes dos EUA e da Europa acreditam que a maior parte dos iranianos não estão cientes da proposta feita pela Grã-Bretanha, França e Alemanha, que ofereceram benefícios econômicos e políticos para o Irã se ele abandonar as atividades sensíveis no setor nuclear.

Também na quarta-feira, Burns discutiu a questão iraniana em uma sessão, realizada a portas fechadas, do Grupo de Trabalho sobre o Irã do Congresso dos EUA.

O deputado republicano (governista) Mark Kirk disse que o grupo tinha pedido a Burns que considerasse a possibilidade de adotar medidas como uma quarentena na venda de gás ao Irã e a imposição de sanções "leves" ao país. A medida incluiria fazer com que a Lloyd''s de Londres suspendesse os contratos de seguro para os navios-tanque que levam gás ao Irã, afirmou Kirk.

Burns não discutiu sanções específicas, mas mostrou-se receptivo a uma sugestão de que satélites norte-americanos sejam usados para realizar a transmissão de programas para o Irã de forma mais eficiente, disse o deputado.





Fonte: Reuters

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