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Internacional
Sexta - 03 de Fevereiro de 2006 às 09:37

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O cardeal Achille Silvestrini, responsável do Vaticano para as Iglesias Orientales, considera que se poderia entender a sátira sobre os usos e costumes do Islã, mas não sobre "o Corão, Alá ou seu profeta". Em entrevista publicada hoje pelo "Corriere della Sera", o cardeal fala das doze caricaturas sobre o profeta Maomé, publicadas originalmente pela imprensa dinamarquesa e que levantaram polêmica no mundo muçulmano.

"Seria possível compreender a sátira sobre os padres, mas não sobre Deus", diz Silvestrini, acrescentando em relação ao Islã que "seria possível entender a sátira sobre seus usos, costumes e comportamentos, mas não sobre o Corão, Alá ou seu profeta".

Para Silvestrini, uma liberdade de sátira que ofende o sentimento de outros - principalmente se trata-se do sentimento de povos inteiros, no tocante a seus símbolos supremos - se torna uma agressão. Quando a sátira ofende, difama ou calunia os cidadãos, estes podem recorrer aos juízes, mas "se as ofensas se dirigem a seus símbolos religiosos, como poderão se defender?". O cardeal disse que o laicismo "pressupõe o respeito", e acrescentou que "os maiores defensores do laicismo afirmam que não é admissível a ofensa, por exemplo, à bandeira". A cultura ocidental "deve encontrar um limite para seu pretexto de fazer da liberdade um absoluto. Também aqui, na Europa, seria preciso se rebelar à idéia e à prática de quem ri dos símbolos religiosos", disse o cardeal, para quem a liberdade é "um grande valor, mas deve ser compartilhada, não unilateral".




Fonte: EFE

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