Para delegada, juiz foi vítima de vândalos

Para a delegada regional de Sinop, Maria de Fátima Moggi, bebedeira e valentia resultaram na tentativa de homicídio contra o juiz Cesar Bassan, da 5ª vara criminal de Cuiabá, na madrugada desta terça-feira. O gerente de um restaurante em Sinop Sergio Muller, confessou ter atirado no juiz. Ele saiu para beber acompanhado por Fabio Tavares Rubin de Toledo, 24 anos, e Cleiton Lopes dos Santos, 30, que tem várias passagens pela polícia.



Sérgio apresentou-se à polícia no mesmo dia, quando soube que a vítima era um juiz. Cleiton e Fábio foram presos pela PRF, enquanto tentavam fugir para Cuiabá. Eles vão responder por tentativa de homicídio e podem ser condenados de 6 a 12 anos de reclusão.

Para o desembargador Paulo Lessa, presidente da Amam, a atitude do autor dos disparos, que se entregou apenas por saber que a vítima era um juiz, é absurda e desprezível. “Onde fica o respeito pela vida humana?” A assessoria jurídica da Amam, por meio do Dr. Salvador Pompeu de Barros Filho, Milton Vizini Côrrea Júnior e Tânia Benedita Correia, está atuando na defesa dos interesses e direitos do magistrado.

César Bassan foi submetido na noite de 31/01, a duas cirurgias, uma para a retirada do projétil na coluna, e a outra para reparar o nariz, fraturado na colisão. Segundo o filho do juiz, Leandro Bassan, as intervenções correram bem. “O estado clínico dele é bom, graças a Deus”, afirma Leandro, ressaltando que aguarda mais informações dos médicos sobre o risco do pai não poder andar.

Segundo a polícia, Sérgio e os amigos estavam embriagados quando trafegavam na contra-mão, pela avenida Julio Campos (a principal da cidade). Em um posto de gasolina ao lado da praça eles pararam para comprar cerveja. Enquanto bebia Sérgio ainda brincou com uma arma e munições. De lá seguiram para a esquina da lanchonete onde estava o juiz. Quando César Bassan saiu com sua caminhonete, eles foram para a faixa de pedestres. O juiz parou, mas eles o abordaram batendo no vidro do veículo. O juiz seguiu, fez a rotatória da avenida e eles voltaram a pisar na faixa. Bassan novamente parou e deu outra volta na praça. Daí eles decidiram perseguir o juiz. Na perseguição, as duas caminhonetes acabaram se enroscando, subindo a calçada e batendo na parede de uma panificadora. Em seguida aconteceram cinco disparos. Um tiro acertou a coluna de César Bassan.