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Internacional
Sexta - 03 de Fevereiro de 2006 às 07:15

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A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), o órgão da ONU que fiscaliza o setor, vai remeter o Irã para o Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas quando se reunir novamente nesta sexta-feira, segundo diplomatas. A Rússia teria decidido apoiar a decisão de enviar o Irã para o Conselho, se a ameaça de sanções contra o país for evitada por pelo menos mais um mês.

Os Estados Unidos e União Européia apoiam uma moção para que o Irã seja referido ao Conselho que, segundo eles, ainda deixe espaço para diplomacia.

O Irã já alertou que vai acelerar seus trabalhos no setor de pesquisa nuclear se for levado ao Conselho de Segurança da ONU.

Reunião

O negociador iraniano, Ali Larijani, disse na quinta-feira que o governo do Irã não iria dar permissão para as inspeções da ONU no país e retomar as atividades nucleares com fins pacíficos "sem restrições" se o Irã for remetido ao Conselho de Segurança.

Recentemente o Irã decidiu retomar as pesquisas na área de enriquecimento de urânio e alega que seu programa nuclear é para produção de energia.

A diretoria da AIEA, formada por 35 membros, iniciou uma reunião de emergência na quinta-feira, em Viena, na Áustria, para discutir o programa nuclear do Irã.

A organização se reúne novamente nesta sexta-feira, para decidir se remete ou não o país para o Conselho de Segurança da ONU.

Um diplomata da União Européia disse à agência de notícias Reuters que os que apoiam o envio do Irã ao Conselho de Segurança acreditam que têm os votos suficientes para aprovar o envio.

O chefe da AIEA, Mohamed ElBaradei, disse na quinta-feira que a questão do programa nuclear do Irã está "chegando a uma fase crítica, mas não é uma situação de crise".

Para ElBaradei, o Irã ainda tem "uma janela de oportunidade" para uma solução negociada envolvendo suas ambições nucleares.

Ele afirmou que os membros do Conselho de Segurança deixaram claro que não será tomada nenhuma medida que possa levar a sanções que entrem em vigor antes de março, quando ele deve submeter seu relatório com conclusões sobre o programa nuclear do Irã.

"Tudo o que eles estão dizendo é que isto é simplesmente uma continuação da diplomacia", afirmou ElBaradei.

A resolução a ser considerada na sexta-feira pede que o Irã prolongue a cooperação "indispensável" com a AIEA e ajude a "esclarecer possíveis atividades que podem ter uma dimensão militar".

A Rússia argumentou que a moção da AIEA não deve conter nenhuma ameaça de sanção imediata contra o Irã.

O governo russo, um dos grandes parceiros comerciais do Irã, se ofereceu para purificar o urânio para o Irã, em seu território.

A proposta visa dar ao Irã o combustível que necessita e diminuir o temor dos países ocidentais de que o país possa usar o urânio enriquecido para fabricação de bombas.

Autoridades russas e iranianas devem se reunir no dia 16 de fevereiro para discutir a proposta.





Fonte: BBC Brasil

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