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Meio Ambiente
Quarta - 01 de Fevereiro de 2006 às 08:30

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Nova Bandeirantes, município próximo a Alta Floresta, deu mais um passo em direção à construção de um modelo de gestão sustentável do seu território. Essa foi a conclusão otimista do consultor Marcos Affonso Ortiz Gomes, especialista em metodologias participativas, que ministrou o Curso de Diagnóstico Rural Participativo, entre os dias 15 e 19 no município. O curso é parte das atividades programadas do Zoneamento Ecológico Econômico Participativo (ZEEP) de Nova Bandeirantes, um projeto pioneiro no Estado de Mato Grosso.

“Mesmo que falhe alguma coisa no processo de elaboração do zoneamento, Nova Bandeirantes já tem um material farto de trabalho: a comunidade mobilizada num nível de participação profundo, que envolve a vida dela com a administração e as políticas públicas”, avalia Marcos.

O sucesso do trabalho animou a coordenação do projeto, bem como os gestores públicos de Nova Bandeirantes. Na avaliação de Arley Brumati, diretor de Meio Ambiente, o trabalho foi um marco para o município em termos de qualidade do trabalho. “O fato do grupo ter mantido a freqüência durante todo o curso é um indicador valioso para nós, que estamos acostumados a ver um grande número de desistências em atividades como esta”, aponta Brumati.

E o indicador é mesmo consistente: o Curso de Diagnóstico Rural Participativo teve a duração de 40 horas. Participaram cerca de 30 pessoas, entre professores, agricultores, representantes do comércio e do setor produtivo e membros do Conselho Municipal do ZEEP. O objetivo do trabalho foi mostrar a um grupo de lideranças uma série de metodologias participativas de diagnóstico – um conhecimento necessário para as 30 oficinas que serão realizadas nas comunidades rurais e na zona urbana.

Marcos Gomes aponta três aspectos positivos, que demonstram que o curso foi bem aproveitado pela comunidade. “Posso dizer que houve uma fusão de saberes, uma maior compreensão do nível de participação e uma apropriação efetiva das técnicas de DRP. Primeiro, houve uma integração maior entre o conhecimento científico e o saber local, no que diz respeito às questões socioambientais em geral, e ao zoneamento em particular. Segundo, creio que consultores, gestores, técnicos, comunidade e coordenação conseguiram estabelecer a forma e o nível de participação de cada um no processo do ZEEP, e por fim, tenho certeza de que todas as pessoas que participaram têm condições de pôr em prática o que vimos”.

O diretor de Meio Ambiente, que também participou do curso, reforça a avaliação de Marcos. Segundo ele, a aplicação prática do conteúdo do curso em uma comunidade do município completou o aprendizado. “Ficamos surpresos quando chegamos na comunidade e um dos agricultores que estava fazendo o curso, espontaneamente, tomou a palavra para explicar o que a gente estava fazendo ali”.

Até março, está prevista a realização das oficinas de diagnóstico nas comunidades. Segundo a coordenadora do projeto Ivone Nishi, serão constituídas equipes de facilitadores para conduzirem as oficinas e auxiliarem na elaboração da base de dados. “O objetivo é conhecer a realidade e a vivência das comunidades, identificando necessidades, problemas e potenciais para fortalecer o município. Com isso, poderemos elaborar os diferentes cenários desejados pela comunidade”. É a partir da análise desses cenários que será elaborado, de forma coletiva, o Plano de Desenvolvimento Sustentável, um documento que servirá para orientar todos – gestores públicos, privados, vereadores e sociedade para o desenvolvimento sustentável do município.




Fonte: Estação Vida

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