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Nacional
Terça - 24 de Janeiro de 2006 às 23:28

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Em depoimento à CPI dos Bingos nesta terça-feira, o legista Paulo Vasques afirmou que o prefeito de Santo André (SP) Celso Daniel (PT), assassinado em janeiro de 2002, foi torturado antes de ser morto. Vasques colaborou com a elaboração do laudo pericial feito pelo também legista Carlos Delmonte, que morreu no ano passado, e foi responsável pelo documento que concluiu pela prática de tortura contra o petista.

"Houve sinais claros de tortura. Este tipo de execução não é comum", disse em resposta às perguntas dos senadores.

O legista apresentou aos senadores fotografias tiradas durante a necropsia do corpo da vítima e do local onde o cadáver foi encontrado.

"O laudo aponta espasmo cadavérico, expressão de terror e fezes liquefeitas no intestino, que seriam indícios de tortura. O corpo também apresentava sinais de queimadura na pele, provocados por cano aquecido de arma de fogo", afirmou.

Conforme o estudo feito por Vasques, Celso Daniel recebeu oito tiros de pistola 380 milímetros.

Para o senador José Jorge (PFL-PE), o depoimento de Vasques desmente declarações anteriores do deputado Luiz Eduardo Greenhalgh (PT-SP).

O deputado acompanhou o caso Celso Daniel à frente de uma comissão especial criada na Câmara. Greenhalg sempre declarou acreditar que o crime foi comum e não encomendado, como tenta provar a CPI dos Bingos.

"Espero que agora o deputado reconheça que o prefeito foi torturado e volte atrás em suas afirmações", desafiou Jorge.

A CPI também ouviu o depoimento dos delegados federais José Pinto de Luna e Edson de Santi. Ambos participaram das investigações do assassinato do prefeito durante o ano de 2002.

Os depoimentos dos policiais foram divergentes da versão apresentada pelo perito. Segundo eles, até o momento em que participaram da investigação, não houve indícios que os levassem a acreditar em crime de mando.

"Os delegados não tiveram acesso às mesmas informações que tivemos porque saíram do caso antes do avanço do processo", argumentou o senador Álvaro Dias (PSDB-PR).





Fonte: Terra

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