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Internacional
Sexta - 13 de Janeiro de 2006 às 18:31

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Um total de 160 corpos dos 363 mortos no tumulto durante a peregrinação de Meca, ontem, ainda não foram identificados, embora já se saiba que um grande número de mortos são provenientes da Índia e do Paquistão. O porta-voz do Ministério saudita do Interior, general Mansur Turki, disse hoje em entrevista coletiva em Jedá, a oeste de Meca, que os corpos de 203 pessoas pisoteadas foram identificados, sendo 118 homens e 85 mulheres.

Entre eles há 44 indianos, 37 paquistaneses, 18 sauditas, 10 egípcios, 11 bangladeshianos, 7 jordanianos, 7 iemenitas, 6 turcos, 6 sudaneses, 6 maldivos, 5 argelinos, 5 afegãos, 4 marroquinos, 3 iraquianos, 2 chineses, 2 iranianos e 2 sírios, além de um morto de cada um dos seguintes países: Alemanha, Turcomenistão, Bélgica, Chade, Nigéria, Etiópia e Palestina.

Segundo o porta-voz, 45 pessoas estão hospitalizadas, com ferimentos de diferente gravidade.

Grande parte da entrevista de Turki foi dedicada a informar a respeito das circunstâncias do acidente, marcado pela concentração de aproximadamente 600 mil pessoas em uma área de 124 mil metros quadrados, o que representa uma média de quatro pessoas por metro quadrado, e chegou a ser de sete por metro quadrado no ponto do acidente, à entrada de uma ponte.

Durante todo o tempo, Turki atribuiu a causa do tumulto às próprias características da peregrinação, sem assumir responsabilidades pela organização do Governo saudita.

Com ajuda de gráficos, o porta-voz explicou que o chamado "terceiro dia de apedrejamento do Diabo", quando os peregrinos devem apedrejar três colunas hoje transformadas em muros, é sempre o ponto mais crítico da peregrinação pela afluxo de dois milhões e meio de pessoas em um intervalo de seis horas (entre o meio-dia e o pôr do sol).

Esse é um dos rituais obrigatórios da peregrinação a Meca, e o ministro do Interior saudita, Príncipe Nayef ibn Abdelaziz, pediu ontem aos "líderes islâmicos" e aos estudiosos da legislação muçulmana que estudem fórmulas para alongar as horas em que o rito deve ser realizado.

Questionado sobre se o Governo saudita pensa em reduzir o número de peregrinos, que cresceu 25% nos últimos 10 anos, o general excluiu tal possibilidade, lembrando que é "uma obrigação do Islã" e que a cota de peregrinos por país (um para cada mil habitantes) não foi determinada por seu Governo, mas pela Organização da Conferência Islâmica (OCI).

O porta-voz negou que o número de pessoal de segurança e médico no local fosse insuficiente na hora do corre-corre, e esclareceu que o pessoal encarregado de canalizar o fluxo de pessoas em direção às "colunas do Diabo" se viu imobilizado pela multidão, sem poder atuar.

As autoridades sauditas anunciaram planos para construir uma ponte de quatro níveis, de onde seja possível apedrejar as famosas colunas (a ponte atual só tem dois níveis), assim como organizar a chegada ao lugar por rodízios, para evitar aglomerações.

Muitos peregrinos desobedeceram duas normas repetidas em vários os idiomas durante os rituais: não transportar suas bagagens nas costas e não utilizar sombrinhas.

O porta-voz saudita também anunciou que serão reforçadas as medidas para controlar a entrada de emigrantes, pois um grande número de peregrinos são estrangeiros que ficaram na Arábia Saudita com visto vencido ou que chegam a Meca por caminhos não controlados pela Polícia.

Os "peregrinos ilegais" acampam em regiões comuns, à beira das estradas, nas praças e calçadas, tumultuando o trânsito dos peregrinos e estreitando todas as passagens.





Fonte: Terra

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