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Politica Brasil
Sexta - 13 de Janeiro de 2006 às 15:41
Por: Luiz Zannin Oricchio

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São Paulo - Até que no começo deste Escuridão pinta um certo clima de suspense interessante. Vemos uma família se reunir, depois que o pai, artista plástico, decidiu viver numa região remota do País de Gales. Adelle (Maria Bello, de Marcas da Violência) e sua filha, Sarah (Sophie Stuckey), viajam para lá, e encontram James (Sean Bean) morando em uma casa soturna, à beira de um precipício, que vai dar lá embaixo em um mar encarpado. Tudo meio tétrico. No fundo, trata-se de uma variante da história da casa mal-assombrada. Há um matadouro ao lado, um rebanho de ovelhas que de vez em quando tem o mau hábito de se jogar precipício abaixo e algumas estranhas aparições. Há também antigas lendas, ou talvez histórias reais, a respeito de uma antiga seita de suicidas.

Bem, ninguém pode cobrar verossimilhança de uma história como essa. Tudo o que se pede é consistência interna. E por quê? Para agradar ao crítico? Não. Para envolver o público, mesmo. Quando uma trama é bem amarrada, crível, bem dirigida e interpretada, consegue arrebatar o espectador. Causar-lhe medo e apreensão, que é o que visa esse tipo de filme. Trabalhar com o medo do escuro interno de cada um, o mistério da morte, enfim. Inútil dizer que o mestre nessa arte foi Alfred Hitchcock. Mas não foi dele o filme mais arrepiante do gênero e sim de Stanley Kubrick, O Iluminado, obra-prima do terror, tirada de um relato menor de Stephen King.

Este Escuridão é de outra ordem. Vai relativamente bem, até certo ponto. Depois, mais para o final, acaba se atrapalhando, como se quisesse fechar todas as pontas, deixar tudo tão bem explicadinho que acaba estragando o próprio mistério em que se baseia o suspense. E daí tudo vai por água abaixo.

O diretor John Fawcett, antes de se perder por essa obsessão explicativa, até que conduz bem o seu suspense. Há uma tensão no ar, que ele passa no clima criado pelo registro fotográfico. É pena que não mantenha esse tônus, e que depois desabe e chegue mesmo a flertar com o trash





Fonte: Estadão

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