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Politica Brasil
Sexta - 13 de Janeiro de 2006 às 09:20

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O ex-secretário de Obras de Tangará da Serra, Névio Bortoluzzi, foi novamente preso. Ele foi levado por policiais civis em cumprimento a prisão preventiva expedida pela Justiça quando estava em sua chácara, nas redondezas do município. O decreto de prisão foi expedido pela juiza Tatiani Colombo, da 2ª Vara Criminal, acatando pedido do Ministério Público. O ex-secretário é acusado de chefiar um esquema que drenou dinheiro público para vários vereadores para que aprovassem projetos de concessão de serviços de água e esgoto. Na época, o caso ficou conhecido como “Escândalo da Água”.

As investigações tiveram início com a apuração do assassinato do vereador Daniel Lopes da Silva, ocorrida em 3 de julho de 2001. Uma fita cassete contendo gravações entre conversas de vereadores denunciou a existência de um esquema de corrupção envolvendo o então presidente da Câmara Municipal de Tangará da Serra, Antônio Lopes Gonçalves, o “Toninho da Vaca Gorda”, o presidente do Diretório Municipal do PFL, Névio Bortoluzzi e pelo menos mais seis vereadores.

Nas gravações o presidente da Câmara conversa com os vereador Antônio Carlos da Silva, o "Carlinhos" (PFL), Francisco Pereira Filho, o "Tito" (PTB), Hélio José Shwaab, o "Hélio Nazaré" (PL), Jessé Coelho Lopes (PMDB), João Damas Neto, o "Netinho" (PL) e com o presidente do PFL, Névio Bortoluzzi sobre o esquema de propina.

Posteriormente, as investigações mostraram que Névio Bortoluzzi teria feito a ligação entre o empresário Argeu Fogliatto e os ex-vereadores Ana Casagrande e Toninho Vaca Gorda para a distribuição do dinheiro e, consequentemente, aprovação pelos vereadores do projeto de concessão dos serviços. Empresários e políticos foram acusados de formação de quadrilha, corrupção ativa e coação de testemunhas no curso do processo.

Ainda de acordo com a Promotoria, a casa de Bortoluzzi, avaliada em R$ 200 mil, teria sido construída com recursos da Prefeitura de Tangará. Além disso, ele teria utilizado mão-de-obra da municipalidade para a construção. Notas e recibos que foram apreendidos indicariam o desvio do dinheiro. O ex-secretário, que já teve inclusive seus bens indisponibilizados pela Justiça.

Em 2004, Bortoluzzi ficou seis meses foragido, quando do primeiro pedido de prisão preventiva. À época, ele alegou às autoridades policiais que não se entregou anteriormente porque vinha sofrendo problemas de saúde.

Bortoluzzi foi secretário na gestão de Jaime Muraro, que também recentemente deixou a prisão, após quase 90 dias detido. Muraro, que responde a vários processos, havia sido preso sob a acusação de ter acusado usado o dinheiro público para pagar honorários de um escritório de advocacia em uma ação particular de R$ 750 mil contra ele na época em que administrou o município.

A Promotoria de Justiça de Tangará da Serra apresentou em processo provas de desvio de dinheiro público, contratação de serviços sem licitação e uma série de irregularidades contra o ex-secretário de infra-estrutura do município, Névio Bortoluzzi, no período compreendido entre 01 de janeiro de 1998 a 12 de março de 2001, que responderá por peculato continuado e corrupção passiva e, seu irmão, Nadir Bortoluzzi, acusado de crime de peculato. Na denuncia, o promotor Ari Madeira Costa apontou ainda trabalhadores que tiveram seus nomes usados em transações ilícitas.

O disparate com o dinheiro público chegou ao ponto de se descobrir que entre os exercícios de 1998 a 2000, Névio Bortoluzzi utilizou recursos públicos para o pagamento das suas empregadas Maria Margarida de Barros e Luciane de Barros que trabalhavam na Empresa Bord Brasil Ltda, de sua propriedade. As duas assinavam recibos com o se fossem varredoras de ruas




Fonte: Só Notícias

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