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Politica Brasil
Sexta - 13 de Janeiro de 2006 às 07:49
Por: Romilson Dourado

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O governador Blairo Maggi, 49, comentou ontem, em entrevista para A Gazeta um dia após o seu "padrinho" político Jonas Pinheiro, 65, admitir enfrentá-lo nas urnas, que respeita a posição do senador e de qualquer outro líder político que eventualmente queira entrar na corrida ao Palácio Paiaguás. Pede trégua até definição das regras eleitorais.

Apesar de demonstrar ceticismo quanto à pré-candidatura do pefelista, Maggi disse que "a eleição ficaria interessante" se Jonas também fosse candidato. Na sua avaliação, a dificuldade para fechar alianças neste momento é de todos. "O PFL deve estar preocupado também com o que fazer. A dificuldade minha é a mesma do PFL, que não sabe se vai para lá ou para cá", destacou o governador.

Jonas disse que torce pela queda da verticalização ou por uma aliança nacional do PPS com PFL. Assim, não haveria obstáculo para repetir a mesma coligação que em 2002 elegeu Maggi governador. Por outro lado, o cacique pefelista avisa que, se for mantida a regra que proíbe alianças nos Estados diferentes daquelas realizadas em âmbito federal não terá outro caminho senão disputar o governo. O senador revela que está sendo empurrado à disputa pelos amigos, pela base do PFL e pela classe produtora. As declarações de Jonas ganharam muita repercussão ontem. Líderes do PFL, capitaneados pelo seu presidente Jaime Campos, chegaram a convocar uma reunião ontem para analisar a posição do senador.

Uma eventual candidatura de Jonas ao Paiaguás causaria racha na base do governo, principalmente entre os líderes do agronegócio, setor representado tanto pelo governador quanto pelo senador. Além disso, motivaria candidaturas próprias no PSDB e PT. A disputa se acirraria, criando um cenário para eleição de dois turnos.

Blairo Maggi disse que respeita o posicionamento de Jonas, de quem foi primeiro suplente no primeiro mandato do senador e com quem mantém estreita relação de amizade. Segundo o governador, enquanto não se definir as regras do jogo eleitoral, fica difícil avançar nos entendimentos partidários. Observa que nenhum pré-candidato tem garantia de apoios. "Nesse momento é muito difícil. Tudo é conjectura. Mesmo com o PDT, eu não tem certeza (do apoio), pois o partido já fala em lançar candidatura própria (para a Presidência)", pondera Maggi, cujo governo detém boa popularidade.

O governador disse que o ideal seria "dar um tempo" nas discussões até sair uma posição sobre a verticalização. Alega que o Tribunal Superior Eleitoral retoma as atividades na próxima segunda, dia 16, e deve se pronunciar sobre uma consulta que colocará fim as incertezas que pairam sobre as regras eleitorais. Segundo Maggi, pelas declarações do ministro do Supremo Tribunal Federal, Marco Aurélio, que deve presidir o TSE nas eleições deste ano, a norma norma da verticalização, adotada em 2002, seja derrubada e, com isso, não terá validade no pleito de 1º de outubro. É com essa expectativa que Maggi aposta na reedição do arco de alianças com PPS, PFL, PP e várias partidos "nanicos" e na eliminação do fantasma da pré-candidatura de Jonas, que começou a assustar a "turma da botina" - grupo ligado ao governador.

Sem pressão - O governador garante que não se sente pressionado pelo PFL, que já vem trabalhando também para a senatória o nome de Jaime Campos, 54, ex-prefeito de Várzea Grande e ex-governador. "Vou trabalhar pela reedição da aliança. Agora, se o Jonas for disputar eu respeito a posição dele".

Em seguida, em tom de brincadeira, o governador sorriu e concluiu, numa alusão ao fato de ser amigo pessoal de Jonas e tê-lo que eventualmente enfrentar num embate político: "(a eleição) vai ficar interessante. Aí vai ser: "Oh, compadre, deixa disso!"; olha lá, padrinho!"".




Fonte: A Gazeta

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