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Internacional
Quinta - 12 de Janeiro de 2006 às 15:34

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Moscou - O ministro de Assuntos Exteriores da Rússia, Serguei Lavrov, afirmou nesta quinta-feira que não descarta que a questão do programa nuclear iraniano seja levada ao Conselho de Segurança da ONU.

"Não descartamos nenhum variante sobre o formato de trabalho, mas em essência só pode se tratar de uma política de ajuste diplomático", disse o chefe da diplomacia russa em declarações à emissora de rádio Eco, de Moscou.

Lavrov advertiu que, "em qualquer caso, o Conselho de Segurança por si mesmo dificilmente poderá resolver o problema iraniano sem os profissionais da AIEA", a Agência Internacional de Energia Atômica.

"O problema iraniano é muito grave, pois não se pode esquecer que o Irã possui um programa bélico bem avançado e mísseis de médio e longo alcance, o que acrescenta argumentos políticos aos que opinam que com o Irã só se pode falar através do Conselho de Segurança da ONU", admitiu Lavrov.

Além disso, ressaltou que "quando dizem que a AIEA deve transmitir este problema ao Conselho de Segurança, esquecem-se de que o Conselho pode tomar a estudo qualquer assunto por sugestão de qualquer um de seus membros".

O ministro acrescentou que, segundo as normas estabelecidas, qualquer país-membro do Conselho de Segurança da ONU pode pedir a convocação de reuniões do mesmo e do Conselho de Governadores da AIEA.

Ao mesmo tempo, Lavrov insistiu que "é preciso aproveitar todas as possibilidades que o formato da AIEA oferece", e disse que a Rússia, na próxima reunião do Conselho de Governadores da agência, se propõe a "concentrar-se, antes de tudo, na solução dos problemas que ficam pendentes" a respeito do dossiê nuclear iraniano.

O destino desse dossiê iraniano "dependerá, antes de tudo, de como reagirá o Irã e de que postura os membros do Conselho de Governadores adotarão".

"Nós queremos que seja uma postura de consenso", disse Lavrov, segundo o qual a Rússia, junto com os demais países envolvidos, tentará convencer o Irã a voltar à moratória sobre o desenvolvimento de seu programa nuclear.

Por outro lado, o ministro de Exteriores russo opinou que a decisão do Irã de romper os lacres da AIEA em três de suas instalações nucleares "não é ilegal, do ponto de vista do direito internacional".

"Os lacres já foram retirados, e isto ocorreu na presença dos inspetores da AIEA, que - segundo todas as normas - devem consentir o pedido de qualquer país de estar presentes em tais operações", declarou o chefe da diplomacia russa.





Fonte: EFE

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