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Meio Ambiente
Quinta - 12 de Janeiro de 2006 às 14:46

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As plantas e as florestas, consideradas até agora esponjas capazes de absorver parte dos gases causadores do efeito estufa, podem elas mesmas ser também responsáveis pelo aquecimento global, liberando metano na atmosfera, revelou um estudo feito por cientistas alemães e que será publicado na edição de quinta-feira da revista científica Nature.

Até agora se sabia que o metano, um dos seis gases causadores do efeito estufa, era liberado na atmosfera por microorganismos que vivem em ambientes úmidos, pobres em oxigênio, como pântanos e arrozais. Mas o estudo indica que as plantas também liberam metano.

A equipe de cientistas chefiada por Frank Keppler, do Instituto Max Planck de Heidelberg (Alemanha), calcula que a vegetação mundial emite entre 62 e 236 milhões de toneladas de metano por ano, e que as folhas mortas caídas no solo liberam de uma a sete milhões de toneladas suplementares do gás.

No total, isto equivaleria de 10% a 30% das emissões anuais de metano. O resultado foi obtido após uma série de experiências e análises feitas em laboratório e em campo, com a ajuda de equipamentos que permitiram medir as emissões de metano na natureza.

As plantas e folhas foram colocadas dentro de recipientes e liberados de qualquer resíduo de metano, a fim de obter a melhor medição possível das emissões vegetais. Observou-se, então, que os níveis de metano são "muito sensíveis com o aumento da temperatura", dobrando a cada 10 graus suplementares entre 30 e 70 graus Celcius. "Nos vemos confrontados com a possibilidade de que as novas florestas acentuem o efeito estufa ao emitir metano, ao invés de atenuá-lo, absorvendo CO2", explicou o especialista neozelandês em ciências atmosféricas David Lowe, ao comentar o estudo.

Ele considerou que embora as descobertas sejam uma surpresa, elas podem também explicar uma série de fenômenos. Por exemplo: entre 1990 e 2000, observações por satélites permitiram detectar uma redução das emissões de metano na atmosfera de, em média, 20 milhões de toneladas/ano. A razão pode ter sido o desmatamento acelerado observado no período, avaliou Lowe, pois de 1990 a 2000, mais de 12% das florestas tropicais foram devastadas.





Fonte: AFP

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