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Politica Brasil
Quinta - 12 de Janeiro de 2006 às 07:32
Por: Romilson Dourado

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O pecuarista e senador Jonas Pinheiro, 65, admitiu ontem, pela primeira vez publicamente, que deve concorrer ao governo estadual, caso a verticalização seja mantida e impeça, por circunstância da lei, que o PFL apoie o projeto à reeleição de Blairo Maggi (PPS).

Uma eventual candidatura do cacique do PFL provocaria reviravolta no quadro eleitoral. Racharia o grupo do governador, que caminha livre rumo à reeleição, e o segmento do agronegócio, representado por Jonas e Maggi, e aumentaria a chance de empurrar a eleição para o segundo turno.

Jonas enfatiza que seu desejo pessoal é estar no palanque de Maggi, de quem é amigo pessoal há vários anos. Mas, na hipótese de ser mantida a verticalização - regra que impede os partidos de fazerem nos Estados alianças eleitorais divergentes daquela que acertarem no plano federal -, o pefelista anuncia que, neste caso, não restará outra alternativa senão atender aos apelos do seu partido, da militância, dos produtores rurais e da cúpula.

"Caso não seja possível (apoio a Maggi), eu não posso deixar de atender ao chamado do PFL. Não é meu desejo, porém, fazer o que a essa altura! Aí é partir para o dever a cumprir". Disse que o governador e o secretário-chefe da Casa Civil, Luiz Antônio Pagot, já foram comunicados de sua decisão. "Eles sabem de tudo. Coloco às claras para ele (Maggi) e para o Pagot".

Perguntado se teria apoio logístico para liderar uma chapa na corrida ao Palácio Paiaguás, Jonas respondeu, sem rodeios: "Nunca me faltou (ajuda financeira para campanha)".

Para o senador, uma eventual candidatura sua motivaria também o PSDB e o PT a também entrar no páreo. Neste caso, aposta que a eleição seria decidida no segundo turno. "Num segundo turno, eu teria apoio do PT", assegura. Num cenário de indefinições, até agora somente Maggi e a senadora Serys Marly revelam pretensões de concorrer ao governo estadual para administrar um orçamento de R$ 6 bilhões.

Segundo Jonas, se a verticalização cair - o que deixaria os partidos livres dos Estados para buscarem alianças -, sua chance de se candidatar ao governo seria zero. Neste caso, reeditaria a aliança de 2002, com PPS, PFL, PP e várias legendas nanicas, em apoio a recandidatura de Maggi.

Já no caso da regra eleitoral ser mantida, o senador revela que seria empurrado para a disputa. Numa escala de zero a 10 para entrar no páreo, ele disse que hoje ficaria com cinco.

Senador de segundo mandato, Jonas Pinheiro diz que mantém apoio ao governo Maggi, torce pela derrubada da verticalização ou pela coligação nacional do PPS com o PFL, o que permitiria repetição da aliança em Mato Grosso.

Inicialmente, Jonas preferiu dizer que não tinha interesse na candidatura a governador. "Meus amigos, entre eles líderes políticos e produtores rurais, entendem que eu poderia concorrer para governador. Porém, é mais euforia de amigos. Agradeço, mas não me convence". Relata que foi visitar uma loja de produtos agropecuários e o dono da empresa lhe mostrou um adesivo que estava escrito o seguinte: "Jonas ajuda, Blairo usa". "Eu pedi para ele (empresário) não fazer aquilo (panfletagem)".

Após as ponderações, o ex-deputado federal por três mandatos consecutivos (82/98) e senador desde 1999, se empolgou sobre a possibilidade de disputar o governo. Jonas conta que tem sido motivado também por partidos de oposição a Maggi como PSDB, PL e PTB.

Na sua avaliação, o quadro eleitoral só sairá da indefinição a partir de abril, quando ocupantes de cargos executivos devem se desincompatibilizar - confira o calendário eleitoral neste página. O senador aposta que deve haver pelo menos três candidatos fortes ao Paiaguás nas eleições de 1º de outubro.




Fonte: A Gazeta

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