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Agronegócios
Quarta - 11 de Janeiro de 2006 às 20:01

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Em 2005, as exportações do agronegócio totalizaram a cifra recorde de US$ 43,601 bilhões, mostram dados divulgados hoje pelo Ministério da Agricultura. O superávit comercial do setor foi de US$ 38,417 bilhões. No mês de dezembro, as exportações do agronegócio totalizaram US$ 3,665 bilhões, o que representaram um aumento de 23% em relação ao mesmo mês do ano anterior. As importações cresceram 26,3%, alcançando US$ 532 milhões. A balança comercial alcançou um superávit de US$ 3,133 bilhões. Tanto as exportações quanto o superávit comercial representaram recordes históricos para meses de dezembro.

Os grupos de produtos que mais contribuíram para o desempenho positivo das exportações no mês de dezembro foram os seguintes: soja e seus derivados (63,3%); carnes (21,4%); papel e celulose (61,5%); açúcar e álcool (25,7%); e fumo e tabaco (72,4%). Juntos estes setores foram responsáveis por cerca de 90% do incremento das exportações durante o período analisado.

As vendas externas do complexo soja apresentaram uma receita de US$ 557 milhões, 63,3% superior ao valor exportado em igual período de 2004, US$ 341 milhões. O valor exportado de soja em grãos aumentou 141% (de US$ 97 milhões para US$ 233,9 milhões), resultado de um incremento de 138% na quantidade exportada, com preços mais elevados (1,2%). As exportações de farelo de soja apresentaram um crescimento de 27,9%, resultado de um aumento de 13% no volume exportado e de um incremento de 13% nos preços. As exportações de óleo em bruto cresceram 50,7% (de US$ 57 milhões para US$ 86 milhões), enquanto os embarques de óleo refinado geraram receita 20,9% superior.

O crescimento das exportações de carnes (21,4%, de US$ 567 milhões para US$ 689 milhões) resultou dos preços mais elevados da carne bovina e da carne de frango, tendo em vista que a quantidade exportada do complexo apresentou uma queda de 2,3%. Os produtos do setor que apresentaram elevadas taxas de crescimento foram: carne bovina industrializada (34,9%); frango in natura (45,3%); e frango industrializado (63,7%). No caso da carne de frango in natura o incremento resultou de uma elevação de 39,4% nos preços, associada a um volume exportado 4,2% superior. As receitas de carne bovina industrializada também se beneficiaram de aumento de preço (42%), com uma quantidade exportada menor (-5%).

Com relação à carne bovina in natura, o valor exportado aumentou 3,9%. A variação positiva da receita com as exportações do produto ocorreu apesar da divulgação, em outubro de 2005, de focos de aftosa no Estado do Mato Grosso do Sul e Paraná, que resultaram em medidas de suspensão das importações do produto brasileiro por vários países. Este resultado deveu-se ao ajuste de preços (19%), decorrente da menor oferta, que mais do que compensou a redução da quantidade exportada (-13%). Vale destacar que a queda da quantidade em dezembro foi inferior às reduções verificadas em outubro (-18%) e novembro (-22%).

Destino das exportações

No que se refere ao destino das exportações do agronegócio, destaca-se o crescimento dos valores exportados para os seguintes blocos econômicos: Ásia (68,1%); União Européia (13,9%); Oriente Médio (40,7%); e África (14,4%). O forte ritmo das exportações para a Ásia refletiu principalmente o crescimento dos embarques do complexo soja e seus derivados.

As importações do agronegócio em dezembro de 2005 totalizaram US$ 532 milhões, o que significou uma elevação de 26,3% em relação às importações registradas no mesmo período do ano anterior. Vale ressaltar o crescimento das compras dos seguintes produtos: trigo (47,7%); leite (33,5%); arroz (12%); milho (86,3%); e alho (27,6%). Por outro lado, apresentaram declínio as importações de algodão (-82,2%) e borracha natural (-24,6%).

As exportações do agronegócio em 2005 totalizaram US$ 43,601 bilhões, um recorde histórico para o setor. Em relação a 2004, as exportações apresentaram um incremento de US$ 4,585 bilhões, o que significou uma taxa de crescimento de 11,8%. Com isso, as exportações do agronegócio corresponderam a 37% das exportações totais brasileiras no período, que foram de US$ 118,309 bilhões. As importações apresentaram variação anual de 6,2%, totalizando US$ 5,183 bilhões. Como conseqüência, registrou-se um superávit da balança comercial do agronegócio de US$ 38,417 bilhões, também um recorde histórico.

Entre os fatores que explicam o desempenho positivo do agronegócio, destaca-se o elevado crescimento da economia mundial, que implicou uma maior demanda por bens e o aumento dos preços de importantes commodities da pauta de exportação, como açúcar, café e carnes. Além disso, a ocorrência de problemas sanitários continuou afetando o mercado mundial de carnes, resultando em aumento de preços, principalmente, das carnes de frango e suína e da carne bovina, em menor medida. Os grupos de produtos que mais contribuíram para o crescimento das exportações foram carnes (31%); açúcar e álcool (49%); café (42%); e papel e celulose (17%).

O acréscimo das exportações destes produtos mais do que compensou o desempenho negativo do complexo soja, cujo valor exportado apresentou redução de 5,7%, resultado da queda de 15% dos preços da soja e seus derivados. Em 2005, a receita de exportações do complexo soja totalizou US$ 9,476 bilhões, comparados com US$ 10,047 bilhões em 2004. O aumento da quantidade exportada (9,1%, de 36,2 milhões de toneladas para 39,5 milhões de toneladas) compensou parcialmente a redução de preços. Foram exportados 22,4 milhões de toneladas de soja em grãos, 15,5% acima do volume exportado em 2004, 19,2 milhões de toneladas, o que gerou uma receita de US$ 5,345 bilhões, levemente inferior ao valor registrado no ano anterior, US$ 5,394 bilhões. As exportações de farelo de soja e óleo de soja em bruto apresentaram reduções mais significativas, -12,4% e – 11,6%, respectivamente.

As exportações de carnes cresceram 31% (de US$ 6,148 bilhões para US$ 8,066 bilhões), resultado de um aumento de 15,5% na quantidade e preços mais elevados da carne bovina in natura (5%), frango in natura (17%) e suína (22,6%). Entre os produtos de maior participação é importante destacar o crescimento das exportações de carne bovina in natura (23,2%, de US$ 1,9 bilhão para US$ 2,4 bilhões); frango in natura (33,3%, de US$ 2,5 bilhões para US$ 3,3 bilhões) e carne suína (50,9%, de US$ 744 milhões para US$ 1,1 bilhão). A ocorrência de febre aftosa nos estados do Mato Grosso do Sul e Paraná resultou em queda das exportações de carne bovina in natura no quarto trimestre de 2005. O valor exportado foi 6,6% inferior em relação ao mesmo período de 2004. Os preços apresentaram um incremento de 14,2%, enquanto a quantidade exportada teve uma redução de 18%.

As exportações de açúcar e álcool aumentaram 49% (de US$ 3,1 bilhões para US$ 4,7 bilhões). No caso do açúcar, o maior valor das exportações (48,4%) resultou do aumento da quantidade exportada (15%, de 15,7 milhões de toneladas para 18,1 milhões de toneladas) e do aumento de 30% nos preços. As exportações de álcool cresceram 53%, passando de US$ 497,7 milhões em 2004 para US$ 765,5 milhões em 2005. O setor cafeeiro também se beneficiou do aumento de preços. O valor exportado aumentou 42% (de US$ 2 bilhões para US$ 2,8 bilhões). Os preços do café em grãos foram 50% superiores aos de 2004, enquanto a quantidade exportada apresentou uma redução de 4,2%.

As exportações apresentaram taxas positivas de crescimento para todos os principais blocos econômicos: União Européia, 5,5%; Ásia, 12,3%; Nafta, exceto México, 4,5%; Oriente Médio, 10,2%; Europa Oriental, 53,3%; e África, 27,9%. A diversificação dos destinos continuou caracterizando o desempenho das exportações do agronegócio em 2005. As diferentes taxas de crescimento resultaram em alterações na participação desses blocos como destinos das exportações. A União Européia continuou na liderança, absorvendo 32,5% das exportações totais do agronegócio. A participação da Ásia foi de 19,8%, superando o Nafta, cuja participação apresentou uma redução de 16,2% em 2004 para 15,1% em 2005. Vale a pena ressaltar o crescimento da participação da Europa Oriental (de 6,0% para 8,2%) e da África (de 5,7% para 6,5%).

Os principais compradores de produtos do agronegócio brasileiro foram: Estados Unidos (US$ 5,9 bilhões, 3,6%); Países Baixos (3,9 bilhões, 7,1%); China (US$ 3 bilhões, 4%); Rússia (US$ 2,7 bilhões, 76,6%); Alemanha (US$ 1,8 bilhão, -4,7%); e Itália (US$ 1,7 bilhão, 11,5%). É importante destacar o aumento da participação da Rússia como destino das exportações (de 3,9% em 2004 para 6,2% em 2005), passando de 6o para 4o principal comprador de produtos do agronegócio brasileiro.

No que se refere às importações, em 2005 houve um crescimento de 6,2%, passando de US$ 4,880 bilhões para US$ 5,184 bilhões. Os destaques foram reduções das importações de trigo (-11%, de US$ 729,8 milhões para US$ 649 milhões); algodão (-74%, de US$ 162 milhões para US$ 41 milhões); e arroz (-45%, de US$ 235 milhões para US$ 129 milhões). Apresentaram crescimento as importações de leite (50%, de US$ 51 milhões para US$ 77 milhões); borracha natural (12,8%, de US$ 238,6 milhões para US$ 269 milhões); e milho (70%, de US$ 34 milhões para US$ 58,8 milhões).




Fonte: 24 Horas News

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