Abicalil nega "jogo sujo" e sugere sigilo

O deputado Carlos Abicalil (PT), 43, prometeu ontem colocar o sigilo fiscal à disposição para comprovar que não estaria ligado a "jogo sujo". Em nota divulgada à imprensa na qual reclama da revista Veja, voltou a criticar também o relator da CPI dos Correios, Osmar Serraglio (PMDB-PR), que, segundo o petista, seria parcial nas investigações no Congresso.

Em resposta à matéria "Não li e não gostei", publicada na edição desta semana da revista Veja, Abicalil alegou também que foi prejudicado com o fato de que o texto reproduz pouco dos 15 minutos de conversa que manteve com o repórter Fábio Portela.

"Em nenhum momento mencionei que iria apresentar relatório paralelo à CPMI dos Correios. Afirmei ao entrevistador que existe a possibilidade regimental de apresentação de relatório, voto em separado ou de emendas por qualquer membro da Comissão", completou o petista, ao alegar que apenas comentou procedimentos que podem ser adotados quando algum membro da Comissão não se sente satisfeito com a condução do presidente ou do relator.

O petista, que já havia acusado anteontem o relator de tentar poupar o PMDB em relação ao "mensalão", voltou a dizer ter sido prejudicado na Comissão. Argumenta que os membros tiveram apenas 5 minutos para comentar o relatório em plenário, enquanto Serraglio teve 2 horas. "O relator omite informações importantes ao trabalho da CPI", completa.

Abicalil vem sendo acusado pela oposição ao presidente Lula de ser o responsável pelo "serviço sujo" de tentar barrar as investigações na CPI dos Correios. Recentemente, Veja publicou também reportagem que diz que o parlamentar mato-grossense estaria tentando "esconder" ligação com o então assessor de José Dirceu (PT-SP) e que foi autorizado a sacar R$ 50 mil no "valerioduto", Bob Marques. Ele nega a informação.