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Agronegócios
Quarta - 11 de Janeiro de 2006 às 05:25
Por: Sandra Hahn

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Fumo: produtores pedem 24% e indústria concede aumento de 4% Porto Alegre, 10 - Não houve acordo na negociação realizada hoje em Florianópolis (SC) entre produtores e indústrias de fumo dos três estados do Sul para definir o preço do produto na safra 2005/06. Com propostas bastante divergentes das duas partes, a indústria decidiu aplicar 4% de correção à tabela do fumo. Os produtores pediram reajuste de 24,9%.

"Está totalmente fora da realidade econômica do País", avaliou o presidente do Sindicato da Indústria de Fumo (Sindifumo), Cláudio Henn, sobre o índice reivindicado pelos agricultores. O presidente da Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra), Hainsi Gralow, disse que o objetivo da proposta foi recompor a lucratividade dos produtores.

Henn evitou ser taxativo ao ser questionado se a negociação estava encerrada, mas as indústrias entendem que não podem pagar mais. Ao abrir a reunião, os fabricantes apresentaram um quadro de dificuldades, ressaltando o efeito do câmbio sobre as exportações de fumo, que representam 85% das vendas, relatou o dirigente. A proposta inicial da indústria foi a de repetir a tabela do ano passado, mas durante a negociação ofereceu a variação do custo de produção (3,98%). Os fumicultores discordam do cálculo da indústria. Para eles, o custo de produção subiu 8,5%.

Com o aumento de 4%, o quilo de fumo classe BO1 (a de melhor qualidade) passa para R$ 5,81 e a arroba, para R$ 87,15, informou a Afubra. O preço médio, representado pela classe TO2, será de R$ 4,76 (quilo) ou R$ 70,05 (arroba). Gralow observou que os fumicultores poderão obter remuneração melhor com uma boa classificação do produto, na venda à indústria. A indústria destacou o fato de ter concordado em reduzir o prazo de pagamento pelo fumo, que caiu de dez para quatro dias.

O vice-presidente da Federação dos Trabalhadores na Agricultura (Fetag) do Rio Grande do Sul, Sérgio de Miranda, disse que a entidade deve reunir sindicatos das principais regiões produtoras para definir o que fazer diante do resultado da negociação. Se fosse aplicado 24% de reajuste, argumentou ele, seria mantida a média de 31% de lucratividade sobre o custo de produção.

Enquanto ocorria a negociação em Florianópolis, uma missão técnica da China começou hoje um roteiro de visitas no Rio Grande do Sul com o propósito de investigar a possível ocorrência de mofo azul na produção de fumo. O grupo será acompanhado por dois técnicos do Ministério da Agricultura (Mapa), que descarta qualquer ocorrência da doença, provocada por um fungo. O superintendente do Mapa, Francisco Signor, disse que não há registro desta enfermidade.

A preocupação dos chineses teria surgido durante uma missão comercial que esteve no Rio Grande do Sul em setembro, o que motivou a análise técnica. A comitiva irá visitar lavouras, indústrias e conversar com representantes de três universidades. "O setor fumageiro vai demonstrar que não há incidência de mofo azul", ressaltou Henn. A China é um dos principais compradores do fumo brasileiro e no ano passado adquiriu cerca de 57 mil toneladas.




Fonte: Agência Estado

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