Palestinos treinados no Líbano e na Síria teriam entrado em Gaza

Palestinos das facções armadas que treinaram no Líbano e na Síria, e talvez no Irã, infiltraram-se recentemente na Faixa de Gaza através do Egito, disseram fontes da segurança israelense.

Parte deles, que treinaram no Irã e com instrutores da milícia pró-iraniana do Hisbolá no sul do Líbano, entrou na Faixa de Gaza aparentemente pelo deserto egípcio do Sinai, disse o oficial de segurança citado hoje pelo jornal Haaretz.

Os infiltrados, aparentemente, usaram a passagem fronteiriça de Rafah, no centro da Faixa de Gaza, cuja vigilância foi cedida pelo Exército israelense à Autoridade Nacional Palestina (ANP) após a retirada do território.

São palestinos, a maioria militantes do Hamas, que se especializaram na fabricação de armas e na melhora do alcance dos mísseis de fabricação caseira Qassam, de cerca de 7 quilômetros de alcance, criando ogivas e melhorando sua aerodinâmica.

Apesar de Israel ter se desligado da Faixa de Gaza, grande parte do território da Cisjordânia continua sob ocupação militar e, segundo fontes israelenses, os milicianos tentam chegar à Cisjordânia, onde várias cidades estão próximas às israelenses.

Segundo o jornal, os organismos de segurança israelenses têm informações, ainda não completamente confirmadas, de que os infiltrados, apesar da vigilância internacional na passagem de Rafah, conseguiram entrar na Faixa de Gaza com mísseis Katyusha, dos que o Hisbolá possui, de 20 quilômetros de alcance e 6,4 quilos de dinamite, com os quais os palestinos podem atingir importantes cidades do sul de Israel.

Segundo a mesma fonte, as atividades estimuladas pelo Hisbolá na Cisjordânia diminuíram consideravelmente em comparação com os anos de 2002 e 2003, quando o grupo estava por trás de 70% dos ataques durante a Intifada contra a ocupação.

Um motivo dessa queda é atribuído pela fonte israelense ao fato de a organização islâmica "ter trabalhado mais seguindo o número de ataques que sua qualidade, e usando células sem grande experiência e descobertas rapidamente pelos serviços israelenses".