Igreja Anglicana britânica quer ordenar mulheres como bispos

LONDRES- A Igreja Anglicana do Reino Unido quer seguir adiante com seus planos de ordenação de mulheres como bispos apesar da ameaça de cisma em decorrência desse projeto. Segundo um documento de 69 páginas vazado ao jornal The Times, daqui a seis anos a primeira mulher poderia alcançar esse posto hierárquico.

Espera-se que o documento em questão seja aprovado esta semana por um grupo de bispos em reunião na localidade de Leeds antes de ser submetido ao Sínodo Geral, onde será debatido.

Alguns prelados, no entanto, opõem-se a essa idéia, que qualificam de prematura, e querem adiar em cinco ou inclusive dez anos a eventual ordenação de mulheres. Segundo esses bispos, a polêmica sobre a presença de homossexuais ativos no seio da Igreja Anglicana já provocou suficientes tensões em suas filas.

O documento divulgado pelo Times menciona a possibilidade de que uma mulher seja nomeada inclusive arcebispo de Canterbury - primaz da Igreja Anglicana - ou de York.

No entanto, só poderia chegar ao primeiro desses postos uma mulher no caso de isso não provocar maior desunião ainda no seio da mais ampla comunidade anglicana.

No caso de uma diocese ou uma província não estar disposta a aceitar uma mulher como primaz da Igreja Anglicana, os bispos de Londres ou de Winchester poderiam assumir suas funções arcebipais.

Os tradicionalistas estão dispostos, no entanto, a travar uma batalha, e, nesse sentido, já convocaram para o fim do mês em Westminster uma reunião de protesto.

As mulheres representam atualmente 16% do total de clérigos da Igreja Anglicana. Mais de mil das 13 mil paróquias de confissão anglicana aprovaram resoluções pelas quais se proíbe nomear como vigário uma mulher. Entre as mulheres mencionadas como possíveis bispos no caso de ser aprovado o plano em questão figuram June Osborne, de 52 anos, e Vivienne Faull, de 50 anos.