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Meio Ambiente
Quinta - 05 de Janeiro de 2006 às 14:38

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Casos de recorrência de câncer de mama podem ser causados por um recém-descoberto tipo raro de célula-tronco, que acaba se transformando em "fábricas de tumor" por causa de desvios genéticos, segundo cientistas. Cientistas acreditam que ao mesmo tempo em que as células direcionam os desenvolvimentos dos seios, elas também exercem um papel no desenvolvimento do câncer. A equipe de cientistas australianos fez um transplante de células em tecido de ratas e conseguiu criar uma glândula mamária. Em artigo na revista Nature, eles dizem que descobriram também que as células-tronco eram mais numerosas em tecidos que acabariam desenvolvendo câncer.

Desvios A pesquisa abre perspectivas positivas em duas frentes: na criação de novas terapias para tratar câncer e no desenvolvimento de novas técnicas de reconstrução de seios. Os cientistas do Walter and Eliza Hall Institue of Medical Research, em Parkville, na Austrália, isolaram as células-tronco de uma estrutura de uma rata chamada de "almofada do seio".

Eles transplantaram uma das células para a gordura mamária de uma rata viva, que teve todo o seu tecido mamário removido. A célula se reproduziu, acabou se desenvolvendo em tipos normais de células mamárias e acabou se transformando em uma teta completa, a ponto de permitir que a glândula produzisse leite normalmente.

Em circunstâncias normais, a célula-tronco produziria tecido saudável. Mas acredita-se que desvios genéticos, eventualmente combinados com influências externas, poderia levar uma célula-tronco a criar células defeituosas.

Apesar de não haver evidências da existência das células-tronco do mesmo tipo em seres humanos, os cientistas estão convencidos de que elas existem por causa da expansão dos seios durante a gravidez e a puberdade. Eles também disseram que a quimioterapia desenvolvida para combater tumores não seria capaz de eliminar células-tronco defeituosas na mama porque elas se reproduzem em um ritmo diferente.

Um porta-voz da equipe disse: "Quimioterapia funciona alvejando células que se dividem rapidamente, como é o caso das células cancerosas típicas". "Enquanto a quimioterapia pode eliminar o grosso das células cancerosas, a 'fábrica' do tumor - uma célula-tronco cancerígena - pode sobreviver meses ou anos".

Os cientistas acreditam que a principal arma para combater o câncer seria a eventual descoberta de um produto que destruísse essas células-tronco. A descoberta desse produto, entretanto, ainda está distante, pois ela depende da descoberta do mapa genético de células normais e cancerígenas.

Uma porta-voz da entidade beneficente BrestCancer Care disse que os resultados da pesquisa feita na Austrália são promissores. "Mas eles ainda estão no começo, pois os estudos foram realizados apenas com ratos. É preciso descobrir se essas mesmas céluals-tronco existem em seres humanos", disse ela.





Fonte: BBC Brasil

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