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Internacional
Terça - 03 de Janeiro de 2006 às 20:45

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A guerra do Iraque foi responsável por 22 das 47 mortes de jornalistas em serviço em todo o mundo em 2005, e mais de três quartos do total dos assassinatos tiveram como objetivo punir ou silenciar os profissionais, segundo um relatório publicado na terça-feira.

Segundo o Comitê de Proteção aos Jornalistas, sediado em Nova York, o número de mortes caiu em relação às 57 registradas em 2004, mas ainda ficou acima da média de 34 mortes nos últimos dez anos. Cerca de dois terços das mortes em 2004 foram assassinatos.

O documento diz que o Iraque foi o conflito mais letal para a mídia nos 24 anos de história do Comitê, com 60 mortes de jornalistas em serviço, desde o início da invasão liderada pelos EUA, em março de 2003. O número ultrapassou os 58 jornalistas mortos no conflito na Argélia entre 1993 e 1996.

"A guerra na Iraque pode levar alguém a pensar que os repórteres perderam suas vidas no campo de batalha", disse a diretora executiva do CPF, Ann Cooper.

"Mas o fato é que três de cada quatro jornalistas mortos em todo o mundo são vítimas escolhidas de assassinato, e os responsáveis raramente são julgados."

Dos 22 jornalistas mortos no Iraque somente um não era iraquiano, já que os estrangeiros diminuíram progressivamente as atividades diante dos riscos, afirmou o CPJ. O norte-americano Steven Vincent foi o único jornalista estrangeiro morto no Iraque em 2005. Em 2004, cinco estrangeiros morreram no país.

Nos dois anos anteriores, o fogo-cruzado foi a principal causa da morte de jornalistas no Iraque, mas em 2005 houve um grande aumento nos assassinatos encomendados, incluindo oito repórteres que foram sequestrados e assassinados, segundo o CPJ.

Pelo menos três jornalistas foram mortos pelas forças norte-americanas, uma queda em relação aos seis de 2004. Os EUA mataram 13 jornalistas desde o início da guerra.

"Muitos jornalistas perderam suas vidas só porque estavam trabalhando, e governos que não reagem têm responsabilidade", disse Cooper.

As Filipinas foram o segundo lugar mais perigoso para os jornalistas em 2005, segundo o relatório. Foram quatro mortes, uma queda em relação às oito em 2004. "Jornalistas de rádio têm sido mortos em números alarmantes", afirma o documento.

Seis países registraram duas mortes cada, incluindo Líbano, onde o colunista Samir Kassir e o publisher Gebran Tueni, conhecidos pelas críticas à influência síria no Líbano, foram assassinados na explosão de um carro em Beirute.

Os outros países com duas mortes foram Rússia, Bangladesh, Paquistão, Sri Lanka e Somália.

O total nas Américas mostrou uma melhora, com quatro mortes confirmadas em 2005, contra oito em 2004. Mas, segundo o relatório, "muitos jornalistas na região atribuem a queda à auto-censura, um fenômeno encontrado prevalentemente na Colômbia e no México".




Fonte: Terra

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