Violência contra mulher marca o ano no Estado

Vinte de dezembro, 22h30. O desempregado Wemerton Aguero Pinto, 21, invade o quarto onde a mãe dele fazia a neta de três anos dormir, e começa a golpea-la com um facão. A dona de casa Hermínia Aguero Pinto, 47, é assassinada pelo filho caçula e dependente de drogas, com pelo menos 29 facadas, no bairro Jardim Icaraí, periferia de Várzea Grande. Preso 12 horas depois, o desempregado confessa que tinha raiva da mãe e que não se arrepende do crime. Causa da tragédia: a mãe teria pedido ao filho dinheiro que ele não havia usado para pegar ônibus e procurar emprego. Cinco reais.

Só em dezembro foram quatro casos de assassinatos envolvendo famílias, dois em uma única semana sendo que duas das vítimas eram mulheres.

A estatística da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) revela que 22 mulheres foram mortas em 2005 e todos os casos foram esclarecidos. O número supera em 50% o registro do ano passado.

A dona de casa Divina Maria Barbosa, 29, foi degolada em plena rua pelo ex-marido, Gésio Barbosa, por volta das 12h do dia 29 de dezembro. Motivo do crime: ele não aceitava o término da relação.

Josinete Sampaio da Silva, 26, e Amadeu Pereira Mendonça, 50, o "Gaúcho", foram mortos, cada um com seis tiros, dentro da casa onde moravam no bairro Jardim Liberdade, região do Osmar Cabral, em julho deste ano. O ex-marido de Josinete, ex-presidiário Darli Domiciliano, foi preso e indiciado pelo crime. (PN)