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Agronegócios
Quinta - 29 de Dezembro de 2005 às 20:55

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Enquanto a taxa de câmbio não sinaliza dias melhores e mais favoráveis ao exportador de commodities, o efeito da valorização do real frente ao dólar resulta em um volume de soja encalhado, jamais visto no Estado nesta época. De acordo com análise da AgRural, sobre dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), existem, tanto nas mãos do produtor quanto nas tradings a comercializar, 4,20 milhões de toneladas (t), “um volume extremamente alto para esta época do ano, que tradicionalmente apresenta volume de vendas de 90% da produção”, alerta.

Das 17,51 milhões/t de soja da safra 04/05, 13,30 milhões/t foram negociadas. “A AgRural contabiliza como não comercializada a soja que está na trading ainda à espera da sinalização do produtor para fixação de preços, por isso apuramos este volume de 24% ainda no Estado”, explica.

Com relação à nova safra, as previsões são de uma redução de área de 9,1%, comparando a área cultivada de soja na safra passada, de 6,10 milhões de hectares (ha) para a estimativa de 5,55 milhões/ha. No item produção, comparando a safra realizada de 17,51 milhões/t com a previsão de 16,31 milhões/t a redução chega a 6,8%, que revela uma produtividade estimada de 49 sacas/ha.

VENDAS FUTURAS – Inversamente, mesmo com a taxa de câmbio agindo como vilã do produtor, o volume de vendas antecipadas está acima do volume registrado no ano passado. Das 16,31 milhões/t estimadas para 05/06, 18% estão negociadas por meio de contratos futuros. “Para se ter uma idéia, atravessamos o ano (2004 para 2005) com menos de 15% da safra 04/05 comercializada. Não tínhamos preço neste mesmo período do ano passado para vendas futuras”, explica o analista de mercado da AgRural, Seneri Paludo.

Ele aponta que nos últimos trinta dias o mercado está lento. Boa parte do volume pré-fixado foi contratado entre os meses de maio, junho e julho, onde os valores futuros ficaram acima de US$ 6,30 por bushel (padrão de medida norte-americano que eqüivale a 27,216 quilos). Os preços fechados estão acima da média histórica de até US$ 6 por bushel. Como exemplo, na última sexta-feira, dia 23, o preço para maio de 2006 está fixado em US$ 5,99 por bushel, já em 23 de setembro de 2004 o preço para maio de 2005 era de US$ 5,65. “Neste ano há preços para fixar gradualmente a produção. Em 2004, vínhamos de um período atípico de altas de preços durante a safra”, relembra Paludo.




Fonte: Folha Primavera

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