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Agronegócios
Quinta - 29 de Dezembro de 2005 às 20:10

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Já conhecida também como a “capital mundial da ferrugem” em função da alta severidade da doença nas safras anteriores, Primavera do Leste, conseguiu reduzir a pressão do inóculo da ferrugem para a safra 2005/06. A análise é do pesquisador da Embrapa Soja, José Tadashi Yorinori, que esteve recentemente em Primavera avaliando a severidade dos focos da doença.

“O clima seco durante a safra de inverno, aliado ao controle mais intensivo e eficiente da doença feito pelos produtores, deve fazer com que a região tenha uma pressão normal da doença na safra de verão que se inicia daqui a alguns dias”, explica.

Na maioria das propriedades visitadas pelo pesquisador, houve um controle intensivo da ferrugem durante o inverno. Há casos de até cinco aplicações, mas segundo Tadashi, os produtores estão mais preparados para lidar com a doença e conscientes de que se o controle não for bem feito no inverno, piora em muito a safra de verão.

Além do clima e do controle mais eficiente, um outro fator pode ter contribuído para que a doença ficasse sob controle durante o inverno. Por exigência da concessionária de energia do estado, a irrigação foi ligada apenas durante o dia e não à noite, como tradicionalmente ocorre.

“A irrigação durante o dia reduziu o período de molhamento das plantas, o que é essencial para a germinação do fungo. Como o sol secava as folhas em poucos minutos, este pode ter sido mais um fator que contribuiu para não aumentar a incidência da doença”, explica Wanderlei Dias Guerra, fiscal federal do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e presidente da Comissão de Defesa Sanitária Vegetal do Estado do Mato Grosso (CDSV-MT). A CDSV-MT é uma das integrantes do Consórcio Anti Ferrugem.

“Entre os casos onde constatamos a presença da ferrugem, os mais severos ocorreram em lavouras nos estádios R5.2 e R7, quando as lavouras já estão próximas da colheita”, afirma Wanderlei, que também acredita que nesta safra houve uma maior conscientização dos produtores.

“Os irrigantes têm se mostrado mais preocupados com os problemas e conseqüências que uma lavoura mal cuidada pode ocasionar não só aos seus investimentos, mas também nos dos vizinhos, pois tem havido casos de ameaças de se discutir o assunto na justiça”.

A recomendação técnica divulgada pela SFA/MT e INDEA/MT apesar de não ter sido cumprida à risca serviu de alerta para que os produtores estejam mais atentos à ferrugem em suas lavouras.

Apesar da doença ter sido mantida sob controle até o momento, não se descarta a possibilidade da doença se manifestar precocemente durante o verão. “Pelo contrário, há algumas lavouras e áreas experimentais de inverno que irão se sobrepor às de verão e isso poderá fazer a ferrugem aparecer ainda mais cedo, bem antes da floração”, avisa Tadashi.

O Ministério da Agricultura diz que vai continuar acompanhando essas áreas para evitar que disseminem ferrugem no início da safra de verão, além de continuar levantando dados para, caso necessário, o órgão regulamente o plantio irrigado de soja no inverno.

Para a safra que se inicia, toda a atenção deve ser redobrada a fim de evitar aplicações desnecessárias, que aumentam o custo de produção, quando o clima estiver favorável para o desenvolvimento da doença. “As condições de temperaturas da região favorecem naturalmente o desenvolvimento da ferrugem. Por isso, os cuidados devem ser redobrados quando se iniciar o período de chuva”.

O Sistema de Alerta é um serviço gratuito da Embrapa Soja e acompanha a safra da soja em diferentes regiões produtoras do Brasil.




Fonte: AgroFolha

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