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Agronegócios
Quinta - 29 de Dezembro de 2005 às 14:21
Por: ESPECIAL - Produtores rurais t

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A partir de 2006 Mato Grosso ganhará a primeira Central de Comercialização da Agricultura Familiar. A licitação será aberta em breve para construir o complexo - entreposto comercial de produtos agrícolas e hortifrutigranjeiros - numa área de 50 hectares, localizado na rodovia Mário Andreazza, em Várzea Grande. O terreno para construção do imóvel foi doado ao Estado pelo empresário José Carlos Guimarães. A construção da Central de Comercialização vai proporcionar maior ganho aos pequenos produtores, que além de ter um local adequado e centralizado para escoar a produção, irá gerar agregação de valor às pequenas propriedades.

O consumidor da região metropolitana de Cuiabá também será um grande beneficiado, uma vez que os produtos serão comercializados com menor custo. Atualmente, 80% dos produtos hortifrutigranjeiros são provenientes dos estados de São Paulo, Paraná e Minas Gerais e do valor cobrado nos supermercados, 20% corresponde ao frete pago na mercadoria.

"A implantação do Ceasa e da Central de Comercialização da Agricultura Familiar ficará marcada como um dos principais projetos do Governo Blairo Maggi. Estamos trabalhando para que esse projeto seja operacionalizado ainda no primeiro semestre de 2006. O pequeno produtor vai ter um lugar para vender o que produz e isso é, sem dúvida, um mecanismo de apoio de valor inestimável", avaliou o secretário de Desenvolvimento Rural, Clóves Vettorato.

O projeto está orçado em mais de R$ 1 milhão. Serão instalados um pavilhão, duas salas da administração e diretoria, praça de alimentação e um estacionamento no terreno com cinco hectares, na rodovia Mário Andreazza. O pavilhão terá três grandes câmaras frias e 145 boxes de dois metros quadrados por quatro metros, que vão funcionar em sistema rotativo. Para definir o projeto mato-grossense, uma equipe da Secretaria de Desenvolvimento Rural (Seder) visitou centrais de abastecimento em Brasília, Goiás, São Paulo, Bahia, Mato Grosso do Sul e Minas Gerais. Com base na experiência mineira, o Governo do Estado utilizará o modelo de gestão e organização implantado lá.

Ao estimular a atividade familiar no campo e, simultaneamente, o aumento da produção, o grande desafio é a solução estrutural para uma importante questão social e econômica do Estado. “Eu tenho a seguinte compreensão: não adianta ficar simplesmente viabilizando esses benefícios para a agricultura familiar se não trabalharmos com alternativa de mercado para esses produtores. Ter acesso à terra e à linha de crédito não está sendo tão difícil. O que está sendo mais difícil é o agricultor ter uma renda suficiente para manter uma boa qualidade de vida para a sua família. Nesse sentido, para mim, o maior projeto que vai ficar na história de todos os governos do Estado é a construção da Central de Comercialização dos produtos da agricultura familiar”, disse o secretário-adjunto de Agricultura Familiar da Seder, Jilson Francisco da Silva.

O maior dilema da agricultura familiar consiste na comercialização dos produtores, ou seja fazer com que o produto do agricultor chegue ao mercado, eliminando a figura do atravessador. Para isso, o bom desempenho e o fortalecimento da agricultura familiar estão na dependência da capacidade de articulação dos diversos atores sociais envolvidos e comprometidos com o segmento tais como: movimentos sociais, diversos ministérios, governos estaduais e municipais, agentes financeiros, Organizações Não Governamentais (Ongs) e outros.

“A gente sabe que o preço que os pequenos produtores conseguem para seus produtos, principalmente no entorno da região, a 100, 200 quilômetros da Capital, em alguns casos é menos de 20% do valor de mercado de seus produtos. Por isso nós temos certeza que esse projeto, junto com o Ceasa que vai sair na seqüência, é o projeto mais importante de todo o Governo do Estado para esse segmento por que ele vai criar condições não só para estimular a produção na terra, mas também abrir as portas para que os agricultores dessa região tenham condições para melhorar sua qualidade vida, sua renda e conseqüentemente o desenvolvimento da região", disse Jilson.

Inicialmente, a Central de Abastecimento de Várzea Grande terá capacidade inicial para 100 atacadistas e mais uma área de três hectares para o Movimento Livre do Produtor (MLP), na qual comporta 2,5 mil agricultores familiares. Com a implantação da Central de Comercialização da Agricultura Familiar, o Governo do Estado avaliará a isenção de impostos dos produtos hortifrutigranjeiros produzidos dentro do Estado. A medida é um estímulo ao trabalho do pequeno produtor mato-grossense.

ESTRATÉGIAS - Técnicos do Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Econômico e Social (Ibradec) e da Seder iniciam em breve pesquisa nos setores de supermercados e consumidores para definir estratégias de comercialização na Central de Abastecimento e Comercialização de Hortifrutigranjeiros da Baixada Cuiabana (Ceasa). O estudo será feito em cinco cidades: Cuiabá, Várzea Grande, Cáceres, Sinop e Rondonópolis.

A preocupação do Governo do Estado é superar a dificuldade que os pequenos produtores têm para comercializar seu produto. Daí a necessidade da central de comercialização. Vencida essa barreira, a segunda etapa é oferecer produtos de qualidade ao consumidor





Fonte: ESPECIAL - Produtores rurais terão central de comercializaçã

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