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Internacional
Quarta - 28 de Dezembro de 2005 às 22:15

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Quatro meses depois da passagem do furacão Katrina, a cidade de Nova Orleans registra um índice de suicídios duas vezes mais alto que a média nacional, a Polícia enfrenta acusações de abusos e o Governo investiga fraudes.

O Katrina, que atingiu a costa do Golfo do México em 29 de agosto, produziu ressacas que provocaram o transbordamento do lago Pontchartrain, cujas águas romperam os diques em várias partes de Nova Orleans. Quase 80% da cidade ficou submersa.

Quatro meses depois, a Polícia investiga um aparente caso de abuso de poder registrado nos tempos do Katrina.

As imagens de um vídeo mostram vários policiais rodeando um suspeito de roubo que tinha uma pequena faca na uma mão. Os agentes lhe apontavam armas de fogo.

Depois, segundo a versão policial, o homem ameaçou com a faca um dos policiais e recebeu dez disparos que lhe causaram a morte.

O desânimo persiste na cidade, outrora famosa por seu carnaval, seus clubes de jazz e seus cassinos, e onde agora vivem apenas 100 mil pessoas, com sete suicídios registrados nos últimos quatro meses.

Segundo números ainda não definitivos publicados hoje pelo The New York Times, em todo o ano 2004, quando a população de Nova Orleans era de 450 mil pessoas, houve nove suicídios para cada 100 mil habitantes. Já em 2002, no âmbito nacional, a taxa de suicídios foi de 11 por 100 mil pessoas.

O diretor de Saúde Mental do Departamento Federal de Saúde e Serviços Humanos, Charles Curie, disse ao jornal The New York Times que "a magnitude deste desastre e a escala dos problemas mentais não tem precedentes".

Por sua vez, o psiquiatra Douglas Greve, cujo consultório se localiza no Bairro Francês de Nova Orleans, disse que atendeu "pessoas muito deprimidas pelas seqüelas do Katrina, pessoas com profunda depressão que, em outras circunstâncias, requereriam hospitalização".

Enquanto isso, o Governo federal investiga o uso que milhares de funcionários das agências de socorro, enviados aos milhares aos estados da Louisiana, Mississippi, Alabama e Texas entre agosto e outubro, fizeram de seus cartões de crédito no período, quando os furacões Rita e Wilma se seguiram ao Katrina.

O porta-voz do Departamento de Segurança Nacional, Larry Orluskie, disse que estão sendo investigadas despesas de mais de US$ 39 milhões de dólares em mantimentos e serviços utilizados por esses funcionários imediatamente depois da chegada do "Katrina".



A maior parte do pessoal investigado pertence à Agência Federal de Gerenciamento de Emergências (Fema, na sigla em inglês), que foi muito criticada pela resposta que deu ao desastre causado pelos furacões.

Segundo fontes governamentais, a maior parte das mercadorias adquiridas com os cartões de crédito entregues aos funcionários foi comprada a preços de varejo, em lugar de compras por atacado com preços mais baixos.

Entre essas aquisições se encontram US$ 60.639 gastos na compra de sacos de dormir, cerca de US$ 150 mil em roupa íntima da marca Jockey e até US$ 3,2 mil dólares em carrinhos para os tacos de golfe, um artigo cuja presença em uma lista de artigos de emergência causa espanto.

Imediatamente depois da passagem do Katrina, a administração do presidente George W. Bush autorizou às agências de socorro que aumentassem de US$ 15 mil para US$ 250 mil o limite de crédito disponível para os portadores dos cartões. Em 3 de outubro, a medida foi cancelada.

O senador republicano Charles Grassley, que preside o Comitê de Finanças do Senado, foi o primeiro a pressionar para que o limite de despesas autorizados nos cartões de crédito voltasse ao valor anterior.




Fonte: terra

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