Repórter News - www.reporternews.com.br
Esportes
Quarta - 28 de Dezembro de 2005 às 09:23
Por: Marco Aurélio Júnior

    Imprimir


Depois de um ano de muito trabalho e conquistas, como o tricampeonato da Taça Libertadores da América e do Mundial Interclubes, o goleiro do São Paulo, Rogério Ceni, passa férias na casa dos pais em Sinop, cidade onde foi criado, estudou, trabalhou e iniciou a carreira de goleiro, no Sinop Futebol Clube.

Ontem, ele reservou a tarde para conceder entrevistas, receber amigos, dar autógrafos e “bater uma bolinha” com algumas crianças. O goleiro falou do seu futuro no São Paulo, de Seleção Brasileira, de atritos com Zagallo, descartou a possibilidade da criação de uma escolinha de futebol em Sinop e explicou uma história muito bem humorada criada pelo publicitário Washington Olivetto em torno de uma faixa do Corinthians “plantada” dentro de uma das suas chuteiras. Rogério foi ontem mesmo para a fazenda da família, onde descansa até o início de janeiro. Ele deve retornar à cidade apenas na próxima segunda-feira para receber uma condecoração do prefeito Nilson Leitão.

Confira a entrevista exclusiva dada ao Diário de Cuiabá

Diário de Cuiabá - Depois da conquista, você continua no São Paulo?

Rogério Ceni - Eu tenho contrato com o São Paulo até junho de 2008, portanto, mais dois anos e meio de trabalho no clube. A princípio eu penso em cumpri-lo e espero ter condições físicas e técnicas para isso.

DC - Você já pensa em algum clube no exterior?

RC - Não penso.

DC - Existe uma pressão muito grande por parte da imprensa para que você defenda a Seleção Brasileira. O técnico Carlos Alberto Parreira praticamente eliminou a possibilidade de isso acontecer. Você ainda aposta numa convocação?

RC - Nunca houve atrito e não existe relacionamento ruim entre mim e o

Parreira. O que existe é a preferência dele para trabalhar com um atleta. A responsabilidade é dele em ganhar a Copa do Mundo. Se isso acontecer, os méritos serão dele, mas se perder as cobranças serão todas em cima dele. Por isso, nada mais justo que ele tenha o direito de convocar o atleta que ele queira para usar a camisa da Seleção Brasileira.

DC - No passado você teve problemas com o Zagallo por conta de um corte forçado de cabelos. Ele teria dito que você não tem espírito de grupo para aceitar brincadeiras. Você não acha que tenha ficado alguma mágoa do Zagallo?

RC - Pode ser que seja possível, mas eu prefiro ser transparente e correto. Quando tem alguma coisa que me desagrada eu prefiro falar. As minhas coisas ficam sempre acertadas do modo com tem que ser: frente a frente.

DC - Você se escalaria para a Seleção se fosse técnico?

RC - Deus me livre de ser técnico. Está louco? É sofrer duas vezes na vida, como goleiro e como técnico, não dá. No momento eu não penso em seguir a carreira de treinador. E se eu fosse treinador não me escalaria, porque eu já seria treinador e não poderia ser o goleiro [rindo].

DC - A renovação do Paulo Autuori te deixa satisfeito?

RC - Muito. É um treinador muito bacana. É muito bom como técnico mas melhor como pessoa. Foi um cara que soube lidar muito bem com o grupo, teve uma paciência, teve calma para mexer ou para manter. Acho que ele é a peça chave para as conquistas da Libertadores e do Mundial.

DC - E a história que você esqueceu uma chuteira no Brasil e pediu para o seu amigo Rui Branquinho entregá-la a você no Japão, só que o Washington Olivetto (patrão do Rui e corintiano doente) soube da história e colocou uma faixa do Corinthians (atual campeão brasileiro) dentro das chuteiras?

RC - Eu desconheço essa história [rindo].

DC - O Branquinho tirou a faixa antes de te entregar?

RC - Deve ter tirado, porque quando as chuteiras chegaram não tinha faixa nenhuma. Eu usei a chuteira. Chegando no Brasil eu ouvi essa história, mas desconheço. Não vi essa parte [continua rindo].

DC - Isso inclusive virou uma enquete e o jornalista Juca Kfouri brincou dizendo que se o São Paulo conquistasse o título a faixa do Corinthians seria um amuleto para você...

RC - Aí é uma coisa que não vai virar nunca. Pode ter certeza que se a gente vence é por competência. Eu não tenho esse tipo de crença. Mas eu não vi a faixa. Talvez se tivesse visto eu trocasse de chuteiras.

DC - Você receberia a brincadeira com bom humor?

RC - Claro. Ainda mais vinda do Whashington que é um cara bacana e que sabe fazer humor muito bem.

DC - Você tem algum projeto de implantar alguma escolinha de futebol do Rogério Ceni em Sinop futuramente?

RC - Eu não tenho projeto de criação de escolinhas, nem em Sinop nem em nenhum outro lugar do Brasil. Eu penso que se eu fizer alguma coisa nesse sentido terei que estar presente.




Fonte: Diário de Cuiabá

Comentários

Deixe seu Comentário

URL Fonte: https://www.reporternews.com.br/noticia/328754/visualizar/