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Cidades/Geral
Terça - 27 de Dezembro de 2005 às 09:03
Por: AMANDA FREITAS

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Em 2005, a produção de agricultores familiares da região da Baixada Cuiabana ganhou mais valor a partir da implantação do projeto de agro-industrialização. O projeto integra o programa de apoio à melhoria das condições socioeconômicas das famílias e é desenvolvido pelo Consórcio Inter-Municipal de Segurança Alimentar e Desenvolvimento Local (Consad), já instituído nas cidades de Acorizal, Barão de Melgaço, Chapada dos Guimarães, Jangada, Nossa Senhora do Livramento, Poconé, Rosário Oeste, Santo Antonio de Leverger e Várzea Grande.

Para a implantação do projeto foram disponibilizados R$ 573 mil, através de termo de parceria entre Governo de Mato Grosso e Ministério de Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS). Estes recursos serão aplicados na aquisição de máquinas e equipamentos, na compra de materiais de consumo para cinco agroindústrias, que funcionarão nas cidades de Santo Antônio, Jangada, Cuiabá e Várzea Grande. O dinheiro será aplicado ainda na capacitação de 1.600 pessoas.

De acordo com a secretária-adjunta de Projetos Estratégicos da Secretaria de Estado de Trabalho, Emprego e Cidadania (Setec), Neide Mendonça, o projeto visa à agregação de valor a produtos primários, produzidos na região da Baixada Cuiabana e originados da fruticultura, cana-de-açúcar e pescado, através do beneficiamento e transformação em agroindústrias de pequeno porte. “Isso irá melhorar as condições de aproveitamento integral do caju, manga, cana-de-açúcar e pescado, com transformação artesanal e capacitação de agricultores familiares e produtores artesanais. A agro-industrialização permitirá ainda a produção e comercialização de alimentos baratos e nutricionalmente adequados, gerando renda e melhor qualidade de vida aos agricultores”, explicou.

Atualmente, a produção, extração e comercialização de produtos primários na região do Consad Baixada Cuiabana ocorre de maneira pouco articulada, sem agregação de valor. O território abriga 12.717 agricultores familiares de comunidades rurais e assentamentos, incluindo ribeirinhos e membros de comunidades quilombolas.

Para a secretária-adjunta de Projetos Estratégicos da Setec, a autorização do projeto foi resultado da união de esforços entre o Consad da Baixada Cuiabana e a Cooperativa de Pescadores e Artesãos de Pai André e Bom Sucesso (Coorimbatá).

Segundo o diretor operacional da Coorimbatá, Nicolau Priante Filho, a cooperativa foi criada em 1997 com o objetivo de fazer o processamento de peixes e derivados e húmus de minhoca. “A partir de 2000, a cooperativa teve seu estatuto alterado e juntamente com pesquisadores da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) foi estabelecida uma forma ágil de garantir o sucesso de ações articuladas com comunidades de baixa renda, formalizando a pesquisa científica como um dos objetivos da cooperativa. Hoje, são desenvolvidas atividades no processamento e comercialização de manga in natura, frutas passas, banana frita, pescado e húmus e minhoca”, disse.

A Coorimbatá e a UFMT também apóiam e orientam a produção comunitária de banana, abacaxi e mandioca na comunidade quilombola de Mata Cavalo, localizada no Município de Nossa Senhora do Livramento. “Aproximadamente 50 famílias de quilombolas, atendidas pelo programa Bolsa Família, cultivam cinco módulos comunitários, com três hectares cada”, destacou o diretor operacional da cooperativa.

QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL – Dentro do projeto também estão incluídos cursos de qualificação para os agricultores familiares dos Municípios participantes do Consad. Os cursos ministrados foram de associativismo e cooperativismo, colheita de manga e boas práticas de fabricação. Os treinamentos são executados pelo Senai.

De acordo com a nutricionista e consultora do Programa de Alimentação Saudável do Senai, Carin Fernanda Fabrin, o objetivo é passar todos os procedimentos corretos desde a hora da recepção até a distribuição do produto final, garantindo mais competitividade no mercado e atendendo as normas da vigilância sanitária.

De acordo com o Censo Agropecuário 1995/1996, o território do consórcio onde será implementado o projeto é composto por 12.717 famílias de agricultores, sendo que 3.170 dessas famílias são de baixa renda e 6.326 vivem quase sem renda. “Este número justifica a necessidade de políticas públicas efetivas, que viabilizem a agregação de valor a produtos da região e impulsione a estratégia de enfrentamento à fome”, salientou Neide Mendonça.




Fonte: Assessoria/Setec-MT

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